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Marco Polo Del Nero volta a reinar absoluto na CBF

Banido do futebol pela Fifa, ele mantém comando paralelo da entidade nacional

7 jun 2021 - 08h51
(atualizado às 08h57)
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Com o afastamento de Rogério Caboclo, por causa de acusações de assédio moral e sexual contra uma funcionária da CBF, o posto máximo da casa ficou nas mãos do coronel Antônio Nunes, o mais velho dos oito vice-presidentes da entidade. Essa mudança só fortalece o poder de Marco Polo Del Nero na CBF.

Banido do futebol em 2019 pela Fifa em razão de escândalos de corrupção no comando do futebol brasileiro, Del Nero tenta até hoje reverter a punição que o tirou da presidência da CBF e o deveria manter longe da gestão do esporte.

Marco Polo Del Nero, ex-presidente da CBF, mantém poder paralelo da entidade
Marco Polo Del Nero, ex-presidente da CBF, mantém poder paralelo da entidade
Foto: Marcello Dias / Futura Press

Enquanto trava essa luta à parte, mantém o controle da CBF. Agora, com um aliado de ponta que segue sua cartilha de olhos fechados. Coronel reformado da PM do Pará, Antônio Nunes chega a ser motivo de chacota entre alguns diretores da CBF quando se comenta a relação dele com Del Nero – de total subserviência, desde que foi cooptado pelo próprio Del Nero anos atrás para figurar como primeira opção à presidência da entidade caso a Fifa tomasse a decisão que tomou.

Del Nero já vinha dando as cartas na confederação faz tempo, pois tem homens de confiança em pelo menos 80% dos cargos da diretoria e entre altos funcionários da CBF.

Reuniões com essa turma no seu apartamento de luxo na Barra da Tijuca, bairro nobre do Rio, ocorrem com frequência há pelo menos três anos. Muitas vezes, eles definem os próximos passos da CBF jogando baralho, embalados por muitas doses de uísque. Até eventuais reajustes no salário da comissão técnica da Seleção já passavam pelo crivo de Del Nero.

Caboclo conduzia a entidade ciente de que seu criador, Del Nero, que foi quem o levou para a Federação Paulista de Futebol e depois para a CBF, era um presidente paralelo. Não fez muita questão de mudar isso, mas teve algumas divergências com o tutor ao tratar de questões comerciais da confederação. Isso bastou para que Del Nero explorasse a acusação de assédio moral e sexual contra Caboclo para agir no sentido de afastá-lo do poder com a decisão da Comissão de Ética da CBF, efetivada nesse domingo (6).

A Comissão de Ética da entidade é composta por pessoas da extrema confiança de Del Nero. O veredito sobre a saída de Caboclo poderia ser dado nesta segunda, com mais calma. Mas havia o risco de o então presidente exonerar toda a diretoria da CBF, o que inviabilizaria a decisão da comissão. Explica-se, portanto, a pressa na elaboração do documento que atou as mãos de Caboclo por, inicialmente, 30 dias. Na CBF, é voz corrente que seu afastamento vai ser definitivo – independentemente de ser declarado culpado ou não na denúncia de assédio.

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