PUBLICIDADE

Libertadores

Decisivo em 83, Tita alerta Grêmio sobre catimba argentina

22 nov 2017 - 12h24
Compartilhar
Exibir comentários

Embora tenha construído boa parte de sua carreira no Flamengo, o ex-meia Tita fez história pelo Grêmio na campanha do primeiro título da Libertadores do clube gaúcho. Em 1983, ele foi fundamental na conquista, ao marcar o gol de empate no jogo com o Peñarol, em Uruguai (1 a 1). Na partida seguinte, no Olímpico, o Grêmio venceu por 2 a 1 e se sagrou campeão.

Grêmio campeão da Libertadores em 1983 tinha nomes como Mazaropi, De León, Tita, Tarciso, Hugo de Leon e o jovem Renato Portaluppi.
Grêmio campeão da Libertadores em 1983 tinha nomes como Mazaropi, De León, Tita, Tarciso, Hugo de Leon e o jovem Renato Portaluppi.
Foto: Divulgação/Grêmio / LANCE!

Na noite desta quarta (22), Tita acompanhará pela TV a partida do Tricolor com o Lanús. Está confiante, embora faça um alerta de que a vantagem da equipe argentina de decidir em casa (o segundo confronto, dia 29) represente um risco real para o Grêmio. Nesta entrevista ao Terra, ele falou de sua expectativa sobre a decisão e relembrou de alguns momentos da Libertadores de 1983.

Hoje é dia de catimba?

Tita – Sem dúvida. Os argentinos são mestres nisso, ainda mais numa final de Libertadores. Sabem irritar, provocar o adversário como ninguém. O Grêmio tem de estar alerta para não cair nessa armadilha. Paciência é um trunfo nessa decisão.

Apontaria um leve favoritismo para uma das equipes?

Tita – Levo fé no Grêmio, tem um time compacto, forte no coletivo, que atua junto há bastante tempo. O Renato deu continuidade ao bom trabalho do Roger na equipe e fez alguns ajustes, trouxe o Léo Moura, o Cortes, o Cícero. Mas o Lanús é muito perigoso e o exemplo disso foi quando eliminou em casa o River Plate na semifinal. Para o Grêmio nem o empate serve esta noite. Tem que vencer e, se der, com diferença boa.

Como foi a decisão em 1983, na qual você teve participação decisiva?

Tita – O primeiro jogo, em Montevidéu, contra o Peñarol, foi bastante complicado e eu consegui fazer um gol de cabeça naquela zaga, que era a titular da seleção do Uruguai (Olivera e Gutiérrez) e não tomava gol daquele jeito fazia três anos. Foi num escanteio batido pelo Tarcísio. Depois, eles empataram e nós seguramos a pressão. Dias depois, em Porto Alegre, o jogo estava empatado, também por 1 a 1, quando o Renato Gaúcho conseguiu um cruzamento totalmente improvável da direita, um cruzamento espírita, e a bola caiu na cabeça do Cesar. Fechou ali, 2 a 1. Uma festa inesquecível.

Uma imagem forte do segundo jogo é você atuando com o rosto sangrando. Como foi aquilo?

Tita – Foi num choque com o zagueiro Olivera, em que cortei o supercílio. Saí de campo, botei um esparadrapo, mas o sangue continuou escorrendo e o jogo seguiu. Hoje, isso seria impossível.

Por que você não disputou o Mundial em dezembro daquele ano?

Tita – Eu estava emprestado pelo Flamengo e meu contrato com o Grêmio terminava em 4 de dezembro. A decisão do Mundial era no dia 12 e não foi possível fazer uma prorrogação. Às vezes penso nisso, meio em dúvida. Mas a gente não tinha como prever o que ia acontecer no Mundial e eu não podia correr o risco de perder um excelente contrato com o Flamengo. Também naquele período o Fla tinha acabado de vender o Zico para a Udinese. Tudo é mais fácil de se analisar depois do fato em si.

Qual sua opinião sobre o uso de um drone feito pelo Grêmio para espionar os adversários, como revelou a ESPN?

Tita – Todo time tem um espião, isso é antigo. Com tanta tecnologia disponível, pode-se ver o teipe de tudo quanto é jogo hoje, ou na TV, ou pela Internet. Todo mundo já sabe sobre a escalação, as mudanças possíveis. Não tem mais segredo. E muitas vezes o que é treinado pontualmente para um jogo acaba não dando certo na hora por mil fatores. Acho válido, faz parte do folclore do futebol.

Veja também:

Daronco, o árbitro 'fortão', completa 100 jogos na Série A:
Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade