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Libertadores indica caminho com possível final Brasil x Argentina; veja análises

Próxima fase da competição continental pode ter até dois confrontos entre times brasileiros

1 ago 2019 - 13h31
(atualizado às 14h52)
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A classificação já definida de sete das oito equipes para as quartas de final da Copa Libertadores deixaram mais claro o caminho rumo a Santiago, do Chile, onde a final está marcada. A competição, que terá pela primeira vez uma decisão em jogo único, tem nas quartas de final parte dos confrontos já encaminhados e a possibilidade de um encontro entre brasileiros e argentinos para decidir o título.

Quem ainda aguarda a vez para entrar na lista dos participantes das quartas é o Grêmio. Após ter vencido o jogo de ida sobre o Libertad por 2 a 0, em Porto Alegre, o time do técnico Renato Gaúcho decide vaga nesta quinta-feira, no Paraguai, na partida de volta. Favorito a avançar, o clube gaúcho pode enfrentar o Palmeiras na próxima etapa e formar um "lado" brasileiro da chave.

Troféu entregue ao campeão da Copa Libertadores
Troféu entregue ao campeão da Copa Libertadores
Foto: Divulgação/Conmebol / Estadão

Isso porque um vaga na decisão virá de uma ala do mata-mata composta até agora por participantes brasileiros. Inter e Flamengo, classificados nesta quarta, vão encarar na semifinal quem passar do jogo entre Palmeiras com o vencedor de Grêmio x Libertad. Do outro lado do chaveamento, só restaram adversários de outros países, com destaque para os argentinos.

O atual campeão River Plate vai medir forças com o Cerro Porteño, do Paraguai. O vice do ano passado, Boca Juniors, terá como rival a LDU de Quito. Desses quatro times, um estará na decisão, em novembro, no Chile. O favoritismo recai sobre os dois clubes argentinos, principalmente pela tradição e por terem feito a grande decisão da Libertadores no último ano.

Confira a opinião dos analistas do Estado

UMA ZEBRA PARAGUAIA

Ciro Campos

A polarização entre brasileiros e argentinos nesta Copa Libertadores repete o panorama do ano passado, quando os dois países colocaram dois representes cada na semifinal. A lógica aponta para um mesmo cenário nos próximos meses, mas há um time competitivo e experiente com capacidade para se intrometer. Trata-se do Cerro Porteño, do Paraguai.

A equipe terminou a fase de grupos como líder e passou pelo San Lorenzo nas oitavas de final. O técnico é Miguel Angel Russo, campeão da Libertadores de 2007 pelo Boca Juniors. No elenco, jogadores experientes como o goleiro argentino Carrizo, o meia Victor Cáceres (ex-Flamengo) e o veterano Nelson Váldez são alguns dos destaques.

Do outro lado do mata-mata, vamos ter uma mini "Copa do Brasil". Os confrontos serão imprevisíveis. Quando se trata de encontro entre times do mesmo país, os elencos se conhecem, há mais equilíbrio e o favoritismo desaparece.

BRIGAS CASEIRAS

Robson Morelli

A fase de quartas de final da Libertadores traz duas brigas caseiras em sua configuração na tabela. De um lado estão os argentinos Boca Juniors e River Plate e do outro podem estar quatro equipes brasileiras do mesmo tamanho - isso se o Grêmio confirmar sua classificação diante do Libertad após vitória de 2 a 0 na ida em Porto Alegre.

Então será mais uma vez Brasil versus Argentina, e com todos os ingredientes que esse confronto tem e traz em sua história. Os argentinos fizeram a final na edição passada, em jogo na Espanha porque a Conmebol e a Associação Argentina de Futebol (AFA) não conseguiu colocar os dois times em campo. Houve muita briga de torcida e depois de bastidores. O River é o atual campeão e jogou muito contra o Cruzeiro em Minas Gerais, embora tenha decidido a vaga nos pênalti. É meu favorito. O Boca tem vida, como o bairro que o abriga. Não se pode, nem deve, descartar o time argentino da briga pelo título. O único senão é que, vencendo seus respectivos rivais, Cerro Porteño e LDU, River e Boca vão se matar na semifinal.

Da mesma forma e dando como certa a classificação gremista, os brasileiros têm o mesmo tamanho nas quartas. Flamengo e Inter são iguais, embora tenham atualmente características diferentes. O Flamengo é mais emoção, sangue nos olhos, elenco bom e milionário. Foi assim que superou o Emelec. Ocorre que é mais irregular. Faz boas apresentações e apresentações ruins. Tem bons primeiros tempos e péssimos segundos. Alterna demais seu humor. O Inter é mais sólido. Mais forte estruturalmente e mentalmente, oscila menos. O elenco está junto há mais tempo, assim como seu comandante no cargo. Isso faz diferença. Também é um time mais confiante. Eliminou o Palmeiras na Copa do Brasil. Passou com duas vitórias na Libertadores sobre o Nacional do Uruguai. Vai ser um duelo interessante. Razão contra emoção.

O Palmeiras voltou a fazer gols e a ganhar na temporada e isso é bom. O Godoy Cruz é um rival fraco e que não serve de parâmetro. mas o clima na Academia melhorou. O clássico com o Corinthians no fim de semana pelo Brasileirão vai ser importante para dar o tom do Palmeiras na sequência da Libertadores, em duas semanas. Hoje, não vejo um Palmeiras bem e forte, diferentemente do que pensava antes da parada da Copa América. Mas Felipão pode recuperar o caminho. O Palmeiras apostou muito nesta Libertadores, 20 anos depois de sua primeira e única conquista, a de 1999, também com Felipão no cargo. O time é mais maduro, só precisa se acertar de novo. Grêmio e Libertad jogam nesta quinta-feira.

ALTA EXPECTATIVA POR INTER X FLAMENGO

Raphael Ramos

Confesso que estou ansioso para acompanhar os confrontos entre Internacional e Flamengo, pelas quartas de final da Libertadores. Pena que serão só no fim do mês (dias 20 a 22, jogos de ida, e 27 a 29 , partidas de volta). Gostaria que as duas equipes se enfrentassem já na próxima semana.

As atuações do Colorado diante do Nacional do Uruguai mostraram que o técnico Odair Hellmann construiu um time maduro, forte e consistente, como deve ser uma equipe que se propõe a ganhar um torneio tão difícil como a Libertadores. O Inter não passou aperto em nenhum momento dos 180 minutos contra os uruguaios. Não à toa está invicto e cheio de moral.

Já o Flamengo, com a sua magnética e apaixonada torcida, soube se impor diante do Emelec e parece que agora sim embalou de vez. E, como diz o seu torcedor, quando deixam o Flamengo chegar... O técnico Jorge Jesus ainda precisa fazer alguns ajustes no time, mas a tendência é de que até o dia 20 a equipe esteja melhor, sobretudo no aspecto físico.

Ou seja, teremos "briga de cachorro grande" entre Internacional e Flamengo. Impossível apontar um favorito.

Nos demais confrontos das quartas de final que já estão definidos, os argentinos saem na frente. O Boca Juniors, por exemplo, tem vantagem sobre a LDU não só pela história e o peso da camisa, mas principalmente porque tem jogado bem - o Athletico Paranaense que o diga. O mesmo vale para o River Plate, que encara o Cerro Porteño, principal zebra das quartas depois de ter eliminado o San Lorenzo.

Estadão
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