Meia brasileiro vira 'rival' de Messi nos EUA e mira chance na Seleção
Evander, de 27 anos, despertou o interesse de Palmeiras e Flamengo e não vê intensidade como problema em volta ao Brasil
Evander, destaque do Cincinnati na MLS, almeja retorno ao futebol brasileiro para se aproximar da Seleção, mas nega sondagens recentes, enquanto rivaliza com Messi por lideranças e premiações na liga norte-americana.
Evander, de 27 anos, é um dos nomes mais falados nas últimas janelas de transferências do futebol brasileiro. Toda essa expectativa não é por acaso. Em 2025, o meio-campista marcou 15 gols e deu oito assistências em 24 jogos com a camisa do Cincinnati, dos Estados Unidos, e disputa contra Lionel Messi, do Inter Miami, o posto de capitão do time da MLS no All Star Game da temporada.
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No final do ano passado, Palmeiras e Flamengo sondaram o jogador, mas as negociações não caminharam. No entanto, o camisa 10 deixa em aberto um possível retorno ao futebol brasileiro, onde jogou pelo Vasco até metade de 2018.
“Quando chega [proposta], meu pai vem logo me falar. Tenho como objetivo chegar à Seleção. Então, voltando para o Brasil, seria um bom passo para ver se consigo estar um pouco mais perto”, declarou em conversa exclusiva com Terra.
Recentemente, Evander voltou a ter o nome bastante comentado entre os torcedores do Palmeiras. Ao negar qualquer sondagem atual do clube alviverde, o jogador apontou uma visita de dirigentes do time brasileiro às instalações do Cincinnati durante a disputa da Copa do Mundo de Clubes como um fator que pode ter ajudado a levantar a possibilidade.
“Não teve nada, acho que, como o presidente do Cincinnati foi lá no centro de treinamento do Palmeiras, foi ao Brasil, conheceu outros clubes também, o presidente acabou chamando eles para vir conhecer o nosso centro de treinamento, o nosso estádio. Pode ser que aí ligaram alguma coisa de eu estar sendo sondado pelo Palmeiras, mas não teve nada, ninguém chegou a falar comigo, nem com o meu pai. Só os scouts lá que foram conhecer o centro de treinamento”, ressalta.
Agora, se um dia essa volta ao Brasil acontecer, o meio-campista garante que a intensidade --uma das principais críticas recebidas pela MLS-- não seria um problema. Ele, inclusive, destacou a passagem pelo Midtjylland, da Dinamarca, como um aprendizado no quesito.
“Eu estive na Europa. Fui para um país onde a primeira característica que você tem que ter para jogar lá é a intensidade. A Dinamarca não tem aquele jogo muito técnico, então é força, correria o tempo todo. Sei que muitas pessoas não acompanham o futebol dinamarquês, mas quem acompanha aí vai ter um pouco de noção de como é. Joguei lá por quatro anos, titular. Marquei meu nome na história do clube, fui campeão e joguei a Champions League. E para mim nunca faltou isso, nunca fiquei abaixo nem nada”, explica o destaque do Cincinnati.
Além de apontar o lado do ritmo do futebol dinamarquês, Evander hoje se vê como um jogador mais completo do que quando deixou o Vasco, há sete anos. Muito disso se deve às mudanças de posicionamento durante a passagem pelo país europeu, às vezes, jogando até como primeiro volante.
“Hoje, eu jogo como um 10, mais solto, quase como um falso 9. Mas eu gosto de estar sempre pegando a bola de frente para o campo, com liberdade para me movimentar. Vou ajudar na marcação”, detalha sobre o estilo atual de jogo.
Com a evolução nos últimos anos, o meio-campista ainda sonha com uma vaga na próxima Copa do Mundo, apesar de saber que isso é mais difícil jogando no país-sede da próxima edição.
“É um sonho que eu tenho. Sei que é muito difícil, principalmente o que todo mundo fala em relação a liga. Mas eu tenho que seguir fazendo o meu trabalho, acho que eu tenho que continuar dando seguimento no que eu venho fazendo, estou num momento muito bom, e não é de hoje, já desde o ano passado venho numa crescente muito boa. O sonho nunca pode morrer, e se acontecer eu ficaria muito feliz”, destaca ao falar da Amarelinha.
Para alcançar a Seleção Brasileira, o meio-campista também tem uma volta ao futebol europeu como um de seus objetivos. Mesmo assim, ele demonstra felicidade em seguir fazendo história com a camisa do Cincinnati.
Vida nos Estados Unidos e ‘rivalidade’ com Messi
Se hoje mira a Seleção, o craque tem as últimas temporadas em solo norte-americano como argumento. Antes de chegar ao Cincinnati, Evander já havia anotado 26 bolas na rede e 22 assistências em 61 partidas com as cores do Portland Timbers.
Essas atuações fizeram com que o ex-Vasco da Gama vivesse uma rivalidade fora de campo por premiações com Messi. Ano passado, o argentino levou a melhor na disputa pelo posto de melhor jogador da MLS. Agora, eles voltam a competir pela braçadeira de capitão do All Star Game, junto de Brandon Vazquez, do Austin, e Denis Bouanga, do Los Angeles FC.
“A gente sabe da história dele, é um cara gigante no futebol, um espelho pra mim também. Como motivação, como jogador. Espero aproveitar cada momento lá que eu possa ter perto dele. A galera fica comparando, mas não tem como. É o Messi, a gente sabe que o Messi é um jogador que não tem comparação. Mas só de estar sendo falado junto com ele, fico muito feliz por isso”, brinca.
Embora tenham chegado aos Estados Unidos com poucos meses de diferença, em 2023, Evander e Messi nunca se enfrentaram ou sequer se encontraram. O primeiro duelo vai acontecer nesta quarta-feira, 16, no TQL Stadium, casa do Cincinnati.
O brasileiro não descarta tietar o ídolo e trocar camisas após o apito final, mas afirma que isso vai depender do resultado do jogo: “Dependendo do que acontecer e como as coisas andarem, se eu puder ter essa oportunidade de pegar a camisa dele, com certeza seria legal.”
Antes de rivalizar com Messi, o jogador viveu um começo difícil ao chegar nos Estados Unidos, principalmente por causa de lesões. Já adaptado, ele ainda precisa lidar com um costume que foi apresentado ao mundo durante o Mundial de Clubes: a paralisação por condições climáticas.
“Para o jogo em si e para o jogador que se prepara, tem toda uma rotina para chegar lá e fazer a partida. E de repente, claro, por uma coisa que a gente não pode controlar, o jogo é paralisado, isso acaba atrapalhando um pouco. A gente tem toda uma preparação para jogar em tal horário, mentalmente e fisicamente. Mas é também para não acontecer o pior, para evitar qualquer risco, é importante. Acaba que a gente nunca sabe o que pode acontecer, mas a gente quer jogar, lógico, mas é sempre estar jogando com segurança, com tranquilidade de que nada vai acontecer”, explica sobre as paralisações.
Fora de campo, Evander procura se distrair com outros esportes no tempo livre. Na expectativa pelo Masters 1000 de Cincinnati, torneio de tênis, o jogador de futebol tem a NBA como principal entretenimento.
Sem torcida declarada por qualquer time, ele tenta acompanhar os que estão por perto: “Quando eu estava em Portland, ia bastante aos jogos dos Blazers. Essa temporada foi um pouco engraçada, porque a gente no clube comentava sobre o Indiana estar chegando na final. Mas acaba que é um pouco longe daqui de onde a gente mora. Apesar de ser o time mais perto, é longe. É uma hora e meia de carro, então acabou que a gente queria ir ver, mas não conseguimos.”
Após 22 rodadas, o Cincinnati ocupa a vice-liderança da Conferência Leste da MLS. Apenas na liga, Evander soma 13 gols e sete assistências em 20 jogos em que atuou, uma média de uma participação em gol por partida.
