Ex-joia do Corinthians aproveita boa fase nos Emirados e tira lições de convivência com Cássio

Guilherme Biro subiu ao profissional do Corinthians com o peso de ser uma das grandes promessas das categorias de base do Timão. Após dois anos de poucas oportunidades, o jovem meio-campista se reencontrou dentro de campo após uma transferência ao Sharjah FC, dos Emirados Árabes Unidos. 

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Se hoje aproveita as boas atuações nas campanhas do título da Liga dos Campeões 2 da Ásia e dos vice-campeonatos da President Cup e do Campeonato Emiradense, o ‘Filho do Terrão’ ainda carrega alguns ensinamentos de Cássio, ex-goleiro do Corinthians.

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“O Cássio foi um cara muito importante não só para mim, mas para todos os meninos que estiveram lá. São muitas coisas que um ídolo como Cássio passa para a gente, mas uma que mais me marcou foi a humildade dele. Ter humildade sempre, independente do que já conquistamos ou alcançamos. Tratar todo mundo bem, eu sempre via ele fazendo isso, não importa qual funcionário que fosse, ele sempre tratou todo mundo muito bem. Sem querer demonstrar, ele já demonstrava isso pra gente. É uma coisa que faz parte dele. Isso me marcou muito nele”, conta, em conversa com o Terra.

Além de Cássio, o Timão contou com outros medalhões durante o período de transição de Biro para o profissional da equipe. Apesar da proximidade maior com o goleiro, o meio-campista também aproveitou o aprendizado de outros ídolos.

“Mostravam como as coisas funcionavam, como tinha que ser feito, o que a gente tem que fazer para poder chegar ao sucesso onde a gente quer. Essa experiência foi muito boa para o nosso começo e com certeza vai servir para o resto das nossas carreiras”, continua.

Naquela altura da carreira, Biro já havia passado por todas as categorias da Seleção Brasileira a partir da sub-15. Para lidar com a pressão de ser a grande promessa do Timão em anos, o jogador teve o apoio dos pais, amigos, representantes e do próprio clube.

Mesmo com o currículo repleto de expectativas e toda a preparação, o meio-campista recebeu poucas oportunidades no profissional. Em pouco mais de dois anos, foram apenas 30 jogos (1.172 minutos). Para efeito de comparação, em apenas nove meses no Sharjah FC, já são 36 partidas (1.798 minutos) disputadas.

Apesar de admitir que gostaria de ter recebido mais chances, Biro respeita as escolhas e tira lições do período: “Eu acho que os momentos que eu tive foram necessários para eu estar da maneira que eu estou hoje.”

O que Guilherme Biro pensa para o futuro?

Muito do bom momento do ex-jogador do Corinthians nos Emirados Árabes se deve à facilidade de adaptação ao país. O meio-campista, inclusive, se mostrou surpreso com a admiração dos locais pelos brasileiros.

“A adaptação foi boa. Estava indo para um país totalmente diferente, uma cultura totalmente diferente. Para ser sincero, nem sabia como seria, mas foi tranquilo. Fiz amizades lá, conheci novas pessoas, lá tem bastante brasileiro, o que me ajudou bastante”, explica. 

Nos Emirados Árabes Unidos, é comum a naturalização de jogadores estrangeiros para jogar na seleção local. Do Sharjah FC, por exemplo, os brasileiros Luanzinho, Marcos Meloni e Caio Lucas defendem a equipe nacional.

Questionado se aceitaria seguir o mesmo caminho no futuro, Biro preferiu manter o foco em defender a Seleção Brasileira, o que definiu como um dos sonhos da carreira, junto com a conquista da Liga dos Campeões da Europa.

“Meu pensamento ainda é na Seleção Brasileira. Ainda tem tempo. [Possibilidade de naturalização] é uma coisa que eu deixo mais para o futuro, eu quero focar agora em fazer o meu papel bem e o meu foco sempre vai ser, em primeiro lugar, a Seleção Brasileira”, responde o meio-campista.

Pelo processo natural, a pessoa precisa morar por, ao menos, cinco anos de maneira ininterrupta no país para obter o direito. Biro, por sua vez, sequer completou o primeiro ano nos Emirados.

Para o ex-Corinthians, o futuro ainda é uma incógnita. Enquanto diz pensar apenas no agora, o atleta se mostra aberto a uma volta ao futebol brasileiro. Embora não descarte jogar em rivais, ele garante que a prioridade será sempre o Corinthians.

“Tem que pensar muito [a possibilidade de jogar em um rival], tem que ser uma coisa bem pensada, porque envolve muitas coisas. Mas, em primeiro lugar, eu colocaria o Corinthians, porque foi o meu clube, foi a minha casa e ainda considero. Esse é o meu pensamento, até então, de sempre colocar o Corinthians em primeiro lugar. Após isso, eu poderia pensar em outra coisa, porque eu sou profissional, mas o Corinthians sempre vai vir em primeiro lugar nas minhas decisões”, explica.

Com o carinho pelo clube que o revelou, Biro ainda assiste aos jogos do time do Parque São Jorge e torce para os ex-colegas. “Sempre que posso eu estou acompanhando, estou na torcida”, completa.