Entenda relação de Morata com esquema de apostas de Fagioli
Meio-campista da Fiorentina passou sete meses suspenso dos gramados
Nicolò Fagioli cumpriu pena por envolvimento em apostas ilegais, enquanto Álvaro Morata refutou qualquer ligação com o caso, afirmando ter ajudado Fagioli apenas com conselhos de carreira.
Nicolò Fagioli passou sete meses, entre 2023 e 2024, longe dos gramados durante investigação por possível participação em uma rede ilegal de apostas. A pena foi imposta diante da acusação de que o meio-campista, que hoje defende a Fiorentina, teria apostado em jogos de futebol organizados pela Federação Italiana, UEFA ou FIFA, o que é proibido.
Nesta segunda-feira, 14, porém, um novo nome foi citado no caso, o de Álvaro Morata, ex-companheiro de Fagioli na Juventus e atualmente no Galatasaray, da Turquia, por meio de mensagens obtidas pelo jornal La Gazzetta dello Sport.
Até o momento, o diário esportivo destaca que o atacante espanhol não está entre os investigados no processo. Mas, afinal, como se deu a suposta relação de Morata com o esquema?
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De acordo com a mensagem divulgada pelo jornal italiano, Fagioli citou o nome do então amigo espanhol em uma tentativa de convencer outros colegas a investirem na revenda de relógios com o objetivo de quitar a dívida milionária criada em apostas.
"Através do Álvaro Morata, encontro Rolex por muito menos e ele os revende para mim. Estou fazendo esse investimento com ele há um ano. Como já atingi o limite máximo, não consigo fazer isso sozinho. Em dois ou três meses, recuperamos o dinheiro”, teria dito Fagioli.
Com a repercussão do suposto envolvimento de seu nome, Morata usou as redes sociais para negar participação e destacou que toda a sua ajuda a Fagioli foi com dicas sobre a carreira.
“Tenho visto as informações que estão surgindo sobre mim e quero esclarecer que a única maneira que ajudei Fagioli ao longo dos anos foi lhe dando conselhos sobre carreira, como amigo e alguém com mais experiência do que ele. Nunca soube nada sobre a situação dele”, escreveu.
Em seu posicionamento, o atacante espanhol aproveitou para mandar um recado ao amigo: “Amo muito o Nicoló e espero que ele consiga corrigir todos os seus erros em breve, mas não tenho nada a ver com a situação dele e peço que não espalhem notícias falsas ou mentiras. Repito: nego todas as informações que saíram porque são falsas”.
Fagioli também aproveitou a situação para tentar colocar um ponto final no assunto. O meio-campista admitiu os erros, destacou que já cumpriu a condenação imposta e pediu para que o assunto seja encerrado.
Veja o posicionamento de Fagioli:
“Paguei minha dívida com justiça. Com uma condenação e uma desqualificação sagrada, com humilhação contínua e justificada, com vergonha tentada e com o risco de nunca mais me levantar. Falei da minha patologia, séria, nas escolas, à minha família, amigos e à imprensa. A mesma imprensa que muitas vezes lida com os sérios problemas da minha doença e como lidar com eles, mas hoje faz-me sentir melhor. Mais uma vez.
Eu suportei o fardo de fazer algo errado. Por desapontar todas as pessoas que acreditaram em mim. Agora, certamente não é novidade: sem nenhuma vítima, passei por um período sombrio, sofri de uma patologia ruim e isso não é uma justificativa. Mas ver agora toda esta censura que está me fazendo reviver aqueles fantasmas. Não, desta vez isso não está certo.
Errei e paguei sem machucar ninguém além de mim e as pessoas que estão ao meu lado E como toda pessoa que erra e paga, eu tenho todo o direito de me levantar.
Todo mundo, até quem escreve hoje, pode cair e errar. O importante é saber reconhecer, e acredito que a força de um homem está em saber se levantar. Eu tinha 19 anos na altura do incidente e a ludopatia [compulsão por jogos de azar] tomou conta de mim. Me arrependi, mas a vida me deu uma segunda chance e eu gostaria de aproveitar, já tendo realizado tudo que precisava realizar.
Agora, exijo respeito, depois de passar por um julgamento, recebi uma condenação certa. Peço desculpas a todos os colegas, a todos os amigos que, por causa dos meus erros, se encontram, apesar de estarem envolvidos ou nomeados - mesmo que apenas em fila de jornal - nesta situação só por terem me ajudado. E agradeço a Fiorentina, Juventus, meus amigos e minha família, que nunca deixaram de me apoiar e me ajudar em um momento difícil. Embora eu definitivamente os tenha desapontado. Não volto mais ao tema, agora é só pensar em dar tudo de mim".