Corinthians x Cruzeiro mede força de projetos no futebol feminino em final do Brasileirão
Partida neste domingo, na Neo Química Arena, registrará o maior público da modalidade no País neste ano; mandantes buscam sexto título consecutivo, enquanto mineiras tentam colher frutos após investimento recorde
Corinthians e Cruzeiro decidem o Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino, na Neo Química Arena, em São Paulo, com expectativa de recorde de público da modalidade nesta temporada. Depois de empate por 2 a 2 na Arena Independência, os times estão a uma vitória do título nacional mais importante do ano.
A decisão coloca frente a frente dois dos projeto mais bem sucedidos da modalidade nesta temporada. O Corinthians, campeão nas cinco últimas edições do Brasileirão, decide em casa e busca o sexto título consecutivo na competição. Além disso, conseguiu superar o São Paulo na semifinal, algoz na Supercopa no início deste ano.
O Cruzeiro, por outro lado, ajuda a exemplificar a expansão que a modalidade teve nos últimos anos. Para 2025, o clube separou um orçamento de R$ 15 milhões para o investimento em sua equipe feminina. Em comparação à última temporada, significou um aumento de 87,5% na verba destinada para a modalidade. Não à toa, terminou em primeiro na primeira fase do Brasileirão.
"O trabalho do Ronaldo e sua equipe foi de extrema importância. Quebrou uma cultura que existia no Cruzeiro, que o futebol feminino tinha que ter um espaço limitado. Foi uma quebra de paradigmas, mas com orçamento limitado por conta das dívidas", afirmou Bárbara Fonseca, diretora do futebol feminino do Cruzeiro, ao GE. Sob o comando de Jonas Urias, o elenco fez valer o investimento e a confiança dada pelo clube.
Nas arquibancadas, não à toa, a torcida abraçou o projeto. A partida de ida da decisão registrou 19.165 presentes, recorde até então no futebol brasileiro neste ano. A segunda melhor marca também pertence ao Cruzeiro, que levou 13.533 para a semifinal do Brasileirão, contra o Palmeiras. A tendência é que, na Neo Química Arena, a torcida corintiana tenha mais de 40 mil presentes na partida decisiva.
"Esses recordes de públicos são reflexo de anos de luta por espaço e investimento. Além da celebração esportiva, carregam um peso simbólico: mostrar às meninas que o futebol feminino é viável, profissional e inspira novas gerações a acreditarem em seus sonhos", reflete a Dra. Flávia Magalhães, médica do esporte que já atendeu a seleção brasileira e autora do livro "A inSUSTENTÁVEL leveza de ser mulher futebol".
A torcida corintiana se acostumou a celebrar as conquistas da equipe feminina. Nas últimas decisões na Neo Química Arena, no Brasileirão, Supercopa e Campeonato Paulista, o estádio já recebeu mais de 40 mil torcedores. Se conquistar o título neste domingo, chegará à sétima conquista em sua história, na 10ª participação na Série A1.
Com Lucas Piccinato, o Corinthians pode conquistar o quarto título desde que o treinador sucedeu Arthur Elias, em 2023.
Recordes de audiência
Além da presença cada vez maior nos estádios, o crescimento também se reflete na audiência. A TV Brasil registrou um aumento de 23,8% na audiência média do Brasileirão Feminino Série A1 em comparação ao ano anterior, com destaque para as praças do Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. O desempenho foi 51% superior à média geral da emissora no mesmo período.
Já a TV Globo registrou a maior média de audiência do Brasileirão Feminino em 2025 no jogo de ida da decisão O confronto marcou 11 pontos e teve 27% de participação sobre o número de TVs ligadas, tanto em São Paulo quanto no Rio. O índice é o melhor desempenho da emissora no campeonato desde setembro de 2024, tendo transmitido 5 jogos ao longo de 2025.
O alcance médio por partida também cresceu, passando de 118 mil para 140 mil domicílios, com maior tempo médio de permanência do público. Na Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP), o salto foi ainda mais expressivo: de 2,1 milhões de pessoas em 2024 para 3 milhões em 2025, um avanço de 42,8%.
"O futebol feminino vive um grande momento, é um produto com visibilidade fantástica em suas várias formas de conexão com o público, é uma realidade de mercado e que ainda vai crescer muito até a Copa do Mundo de 2027 que acontecerá no Brasil", Renê Salviano, CEO da Heatmap, que é parceira da FSports, detentora dos direitos comerciais do futebol feminino da CBF, e responsável exclusiva pela venda de todas as cotas da modalidade, incluindo Brasileirão, Supercopa, Copa do Brasil e jogos da seleção brasileira.
"Estamos vivendo um momento estratégico e as marcas que chegarem antes com certeza vão aproveitar as fases ainda melhores que virão", pontua.
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