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Copa Feminina

Copa do Mundo Feminina foi a maior da história? Jornalistas analisam

Imprensa especializada avalia o impacto do Mundial para a modalidade

23 ago 2023 - 12h33
(atualizado às 13h10)
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A Espanha conquistou o título inédito do Mundial após superar crise interna
A Espanha conquistou o título inédito do Mundial após superar crise interna
Foto: Reprodução/Instagram

A 9ª edição da Copa do Mundo Feminina terminou no último domingo 20, com o título da Espanha, após a final inédita contra a Inglaterra. Projetado como o maior torneio da história antes do seu início, a competição apresentou a evolução do futebol feminino. O Terra conversou com alguns membros da mídia esportiva sobre o balanço do Mundial.

Jordana Araújo da rádio BandNews FM atuou como comentarista da Cazé TV durante o Mundial, e definiu como a Copa da "consolidação”.

“A princípio” o formato de 32 seleções que, no primeiro momento causou um pouco de receio, por parte da mídia, em relação ao nível técnico, se revelou em uma primeira fase muito boa, de grandes jogos e embates. Projetos que em 2019 estavam começando, se mostraram consolidados, além de trabalhos promissores para a nova geração”, disse a repórter.

A idealizadora da página Fut das Minas Amanda Porfírio viajou para a Oceania para cobrir o torneio.

Presente em diversas coberturas nos estádio, Amanda pôde ver de perto todos os bastidores e a organização do evento que contou com imprensa de todo o mundo.

“Já existia a expectativa que essa quebraria recordes. Mais seleções participaram e conhecemos a qualidade de outras equipes. As surpresas se ampliaram tanto nos resultados, para nós, negativos, com a queda repentina do Brasil, que foi algo que afetou tanto o grupo da seleção, como para os jornalistas brasileiros que cobriram a seleção. Em contrapartida, vimos outras seleções se destacando. As equipes africanas chegaram às fases eliminatórias pela primeira vez. A Colômbia que fez história ao chegar nas quartas de final, com um desempenho muito bom dentro de campo, o que trouxe uma vitória para o futebol sul-americano”, falou a jornalista.

Amanda retornou ao Brasil encantada com a forma que os dois países-sedes se mobilizaram e abraçaram o futebol de mulheres, para ela, a competição deixou um grande legado.

“O que mais chamou a atenção foi como o país se mobilizou pelas Matildas. A Austrália fez história, a gente via muita comunicação sobre as Matildas em todos os lugares que a gente passava. A torcida compareceu aos jogos e às fanfests e a todo o momento apoiando. Até quando a seleção perdeu a disputa de terceiro lugar, as jogadoras foram se encontrar com a torcida em Brisbane, e deu para ver o impacto que o evento causou na torcida e na população da Austrália, inclusive nas crianças, que usavam camisas das jogadoras e cartazes”, destacou.

Camilla Garcia, narradora da ESPN avaliou que o Mundial demostrou evolução, coroando uma final em alto nível.

“Eu vi uma Copa do Mundo muito equilibrada e técnica. As seleções mais bem organizadas defensivamente e favoritismos caindo por conta disso. Ganhou a equipe que jogou mais futebol desde o início, se arriscou mais, se dispôs a atacar e a jogar de forma ofensiva e não mudou mesmo depois de ter sido goleada pelo Japão. A Espanha talvez não fosse mais favorita que a Inglaterra, o que deixou a final ainda mais emocionante. Sem dúvida uma Copa que entrou pra história”, disse a comentarista do ‘Mina de Passes’.

O "Mina de passes' teve edições especiais durante a Copa do Mundo
O "Mina de passes' teve edições especiais durante a Copa do Mundo
Foto: Reprodução/Instagram

Narrar uma competição mundial é o objetivo de todos os profissionais da área. Felipe Leite sentiu a emoção de participar das transmissões do Mundial na Cazé TV. O canal bateu recordes de audiência no país, e o comunicador também ficou otimista com o futuro da modalidade.

“Essa Copa foi a melhor de todos os tempos. Devemos esperar ainda mais empenho e evolução das seleções emergentes, com as craques chegando ainda mais preparadas, além de maiores investimentos das federações, ao perceberem o tamanho do produto para suas nações. Espanha e Inglaterra mereceram estar na final e chegaram lá com méritos. Os parabéns para  Austrália e Nova Zelândia pela excelente recepção e por lotarem os estádios deixando a festa magnifica”, enfatizou.

Rafael Alves, Felipe Leite e Jordana Araújo na transmissão da Copa na Cazé TV
Rafael Alves, Felipe Leite e Jordana Araújo na transmissão da Copa na Cazé TV
Foto: Reprodução/Instagram

“Foi uma Copa muito especial, melhor que a de 2019. Sanou nossas expectativas referentes à parte técnica, tática e principalmente à visibilidade. Um balanço positivo para todas as seleções que estiveram nesse Mundial. Para o Brasil, foi um divisor de águas, se tratando de comando, devemos ter a resolução disso ainda neste semestre, já que no próximo ano acontecem as Olimpíadas de Paris, e acredito que possamos ter um novo treinador”, projetou a comentarista Juliane Santos.

“Seleções ‘desacreditadas’ avançaram jogando com paixão, ‘favoritas’ passaram apertos e muitas caíram mostrando que o degrau entre as seleções não é tão alto como já foi um dia”, destacou a jornalista da ESPN Elaine Trevisan.

A narradora esteve na Austrália durante a Copa e trouxe a percepção de quem viu de perto todos os detalhes que escreveram a história dessa 9ª edição.

 “A tecnologia do VAR foi utilizada de ponta a ponta da disputa e foi essencial para fundamentar a decisão de uma classificação no detalhe e, diretamente, a desclassificação da maior campeão de todos os tempos, os EUA. A arbitragem feminina marcou presença e protagonismo, como deve ser. A torcida, não só a australiana, abraçou o torneio e foi se mostrando mais apaixonada, encantada e assídua nos estádios com o desenrolar da competição”, avaliou.

A jornalista da ESPN citou o protagonismo feminino destacado no torneio, que contou com maior participação de mulheres na cobertura, além das treinadoras que assumiram os comandos de diversas seleções.

Essa edição do Mundial apresentou 12 técnicas, número recorde de participação, contudo, apenas uma treinadora negra esteve à frente de um elenco nacional: Desiree Ellis, treinadora da África do Sul.

“A Copa Das Copas nos mostrou o desenvolvimento nos gramados, mas também nos apontou a ferida aberta que existe na modalidade em relação à falta de equidade de direitos quando se trata do futebol de mulheres. Novas e sonhadas realizações, lutas antigas e constantes, uma edição para marcar a história e ser a maior, até que a próxima aconteça”, completou Elaine.

Fonte: Redação Terra
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