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Copa do Brasil

Clubes trocam mando de campo por dinheiro na Copa do Brasil

29 jan 2018 - 13h19
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Estádio do Café, em Londrina
Estádio do Café, em Londrina
Foto: Célio Messias / Gazeta Press

Competição mais abrangente do País, a Copa do Brasil expõe algumas distorções que soam agressivas para quem defende a igualdade de condições no futebol. Com o aval da CBF, grandes clubes (ou terceiros) podem comprar o mando de campo dos adversários, o que atinge em cheio o caráter democrático da Copa. Vai ser assim, por exemplo, logo em sua primeira fase, que começa nesta terça-feira (30).

O Madureira, dono do Estádio Aniceto Moscoso, no tradicional bairro da zona norte do Rio, sinalizou que não tem interesse na competição - ou que isso se resume apenas ao primeiro jogo. Decidiu abrir mão de atuar em Madureira, onde teria o apoio de sua torcida num gramado bem conhecido por seus jogadores, para enfrentar o São Paulo em Londrina. Recebeu por isso uma quantia em dinheiro de um grupo empresarial que tem negócios na capital paulista, em torno de R$ 500 mil.

Ou seja, praticamente já se despediu da Copa, uma vez que o visitante, o São Paulo,  joga pelo empate contra os donos da casa em partida única. Vale ressaltar que o Estádio do Café,  em Londrina, deve receber pelo menos 20 mil torcedores do time paulista, que estará bem à vontade para se impor diante do Madureira.

Não se trata de um caso isolado. Outro clube do Rio, o Boavista, que desfruta de um belo estádio em Saquarema, no litoral norte do Estado, também seguiu o exemplo do Madureira e negociou seu mando de campo com o Internacional para jogar em Cascavel (PR). Quem fez a transação foi a empresa do ex-jogador Roni. Os valores não foram revelados, mas devem fucar próximos de meio milhão de reais, segundo o Terra apurou.

Assim, o Boavista, que precisava vencer em casa para alcançar a segunda fase da Copa do Brasil, já chutou o balde em troca de dinheiro. Claro que tem chances de vencer em Cascavel, mas agora estará atuando fora de seus domínios, sem sua torcida, e num estádio que deve receber maciçamente torcedores do Inter. Acrescente-se a isso a disparidade técnica entre as duas equipes - o que é mais nítido ainda quando se compara o Madureira ao São Paulo.

Para a CBF, essas situações são válidas, desde que contem com a concordância das federações dos clubes envolvidos e também do "visitante".

Fonte: Silvio Alves Barsetti
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