Jovem espera mais de nove horas para entregar carta a Neymar
Com pouca roupa e se protegendo da chuva debaixo de uma escada do estádio Beira-Rio o adolescente Cristian Rodrigues Souza, 17 anos, esperava desde às 10h da manhã para entregar uma carta para Neymar pedindo apoio do jogador para continuar jogando futebol. A Seleção Brasileira enfrenta na noite desta quarta-feira Honduras no último amistoso antes de embarcar para a Copa América no Chile.
“Desde que meu irmão morreu, ninguém mais me deu apoio e tive que parar de jogar”, conta o jovem filho de uma gari. Cristian já jogou pelo São José de Porto Alegre, mas teve que deixar o sonho de lado quando o irmão sucumbiu a um câncer aos 37 anos.
Sem ter terminado os estudos, atualmente ele trabalhava em um lava jato para ajudar em casa, “eu pedi para minhas irmãs escreverem a carta e estou tentando encontrar uma forma de entregar para ele”, afirmava o jovem.
“Era meu irmão que me levava para jogar. Tive que parar por causa da falta de dinheiro e porque sempre me roubavam, o pessoal dizia que é porque eu pareço ser muito pequeno para alguém que tem 17 anos”, conta.
Ele diz que não tem dinheiro nem para pagar a condução para participar das peneiras que são organizadas pelas equipes em busca de novos talentos.
“Na carta eu pergunto se ele não poderia me ajudar a continuar jogando, com algum tipo de apoio, porque até para participar da peneira tem que ter ao menos o dinheiro da condução”, afirmou.
Enquanto não encontra uma forma de entregar a carta a Neymar, Cristian segue debaixo da escada se protegendo da chuva.