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Copa do Catar

Copa: Inglaterra tenta mostrar força contra o Irã em jogo de tensões políticas

Ingleses querem confirmar logo na estreia que estão entre os candidatos ao título no Catar

21 nov 2022 - 05h10
(atualizado às 06h29)
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Inglaterra treina neste domingo, 20, antes de estreia na Copa contra o Irã
Inglaterra treina neste domingo, 20, antes de estreia na Copa contra o Irã
Foto: Paul Childs / Reuters

Em jogo cercado de tensão política, Inglaterra e Irã vão se enfrentar nesta segunda-feira, às 10h (de Brasília), na primeira partida envolvendo uma das grandes seleções da Copa do Mundo do Catar.

No Khalifa International Stadium, na cidade e Ar-Rayyan, os ingleses vão tentar mostrar força, após uma sequência ruim no período pré-Copa, enquanto os iranianos tentam conter a divisão interna. A partida terá ainda a estreia de árbitros brasileiros no Catar.

O primeiro foco de tensão deste segundo jogo do Mundial poderá ser visto em campo diretamente. O capitão inglês Harry Kane vai usar uma braçadeira com as cores do arco-íris em defesa dos direitos LGBT+, que não são respeitados no país-sede da Copa. A ideia faz parte de uma iniciativa das seleções europeias, que devem usar quase todas esta braçadeira com a temática "One Love" (Um Amor).

A Fifa não gostou muito da ideia e, na tentativa de evitar atritos entre as equipes e as autoridades do Catar, criou sua própria campanha para rivalizar a dos europeus. Assim, sugere braçadeiras com outros temas politicamente corretos, que pregam a união. A Inglaterra já avisou que não vai seguir esta orientação, o que pode gerar uma punição à Associação de Futebol da Inglaterra (FA, na sigla em inglês).

A braçadeira de arco-íris também afetará diretamente o Irã, país conhecido por reprimir os direitos dos homossexuais. Mas este não será o único foco de tensão entre os dois países. No mês passado, uma apresentação de um músico iraniano em Londres causou revolta por parte dos seus compatriotas na Inglaterra.

Uma suposta ameaça anônima de bomba fez as autoridades inglesas evacuar o Apollo Theatre, o que impediu o show de Dariush Eghbali. Para os iranianos, foi apenas um expediente para evitar manifestações políticas contra o governo do Irã e eventual conflito diplomático entre os dois países. Houve críticas ao governo britânico e até à BBC.

As manifestações políticas seriam uma respostas dos iranianos que moram na Inglaterra à postura do governo do seu país aos protestos que vêm acontecendo no Irã nos últimos meses. O motivo foi a prisão e a morte da ativista Mahsa Amini, por não respeitar as regras de vestimenta para mulheres no país asiático.

A morte de Amini dividiu o próprio grupo iraniano na Copa do Mundo. Principal jogador do time, o atacante Sardar Azmoun já disse apoiar os protestos das mulheres iranianas. Internamente, o técnico português Carlos Queiroz tem se desdobrado para evitar um racha maior e possíveis conflitos com as autoridades iranianas. Na semana passada, o treinador abandonou uma entrevista coletiva por conta das perguntas sobre a situação dos protestos no Irã.

CANDIDATA AO TÍTULO?

Depois de um quarto lugar na Copa do Rússia, em 2018, a Inglaterra foi vice-campeã da Eurocopa, no ano passado. Mas, apesar da ascensão nos últimos anos, a situação recente não é das mais positivas para a equipe do técnico Gareth Southgate.

A seleção inglesa está há seis jogos sem vencer. A última vitória aconteceu em março, com um 3 a o sobre a Costa do Marfim, em amistoso. Neste período, teve testes de peso, contra Alemanha e Itália, por exemplo. Perdeu dos italianos por 1 a 0 e levou um 4 a 0 da Hungria - ambos os rivais nem se classificaram para a Copa. E empatou com os alemães por 3 a 3.

Longe de inspirar confiança, o campeão mundial de 1966 ainda perdeu dois jogadores importantes para a estreia. O lateral/ala Kyle Walker e o meia James Maddison, ambos lesionados. O treinador deve apostar numa formação com três zagueiros - John Stones, Eric Dier, Harry Maguire - e antecipar um dos atacantes para auxiliar na armação. Os candidatos são Phil Foden e Raheem Sterling.

Pelo Irã, Queiroz tem nos atacantes Azmoun, do Bayer Leverkusen, e Mehdi Taremi, do Porto, suas maiores referências. O time asiático não perde há três jogos, mas os resultados recentes não são referência, com exceção da vitória sobre o Uruguai, em amistoso disputado no fim de setembro.

O Irã terá um desafio complicado já na fase de grupos da Copa. No complicado e equilibrado Grupo B, terá ainda pela frente os Estados Unidos e o País de Gales. Trata-se da chave mais forte em termos de ranking da Fifa, com as quatro equipes dentro do Top 20. No Catar, a seleção iraniana sonha alto, tentando a segunda vaga do grupo.

Em 2018, ficaram em terceiro lugar, apenas um ponto atrás de Portugal e Espanha, os favoritos do grupo. Agora a meta é alcançar as oitavas de final.

ARBITRAGEM BRASILEIRA

O primeiro jogo da seleção brasileira está marcado para quinta-feira, contra a Sérvia. Mas a estreia do Brasil nos gramados do Catar já acontece nesta segunda. Raphael Claus será o árbitro principal da partida entre ingleses e iranianos. Ele será acompanhado pelos assistentes Rodrigo Figueiredo Henrique Correa e Danilo Simon.

INGLATERRA X IRÃ

INGLATERRA - Jordan Pickford; John Stones, Eric Dier, Harry Maguire; Kieran Trippier, Jude Bellingham, Declan Rice, Luke Shaw; Phil Foden, Raheem Sterling e Harry Kane. Técnico: Gareth Southgate.

IRÃ - Alireza Beiranvand; Sadegh Moharrami, Majid Hosseni, Morteza Pouraliganji, Milad Mohammadi; Ehsan Hajsafi, Saeid Ezatolahi, Ahmad Nourollahi; Mehdi Taremi, Sardar Azmoun e Alireza Jahanbakhsh. Técnico: Carlos Queiroz.

ÁRBITRO - Raphael Claus (Brasil).

HORÁRIO - 10h.

LOCAL - Khalifa International Stadium, em Ar-Rayyan (Catar).

TRANSMISSÃO - Globo, SporTV e FIFA+.

Estadão
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