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Terra na Copa

Ícone de 1994, Lalas lembra duelo com Brasil e vê futebol evoluído nos EUA

17 nov 2013 - 08h00
(atualizado em 17/11/2013 às 04h02)
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Alexi Lalas faz pose para promover partida entre os EUA e a Inglaterra em 1994
Alexi Lalas faz pose para promover partida entre os EUA e a Inglaterra em 1994
Foto: Getty Images

Uma das imagens mais marcantes da Copa do Mundo de 1994 era a camisa estrela da seleção dos Estados Unidos. Um dos ícones do time anfitrião era um zagueiro com jeito de roqueiro, longos cabelos e cavanhaque ruivo e marcação constante sobre seus adversários. Esse jogador era Alexi Lalas, que se aposentou dos gramados em 2003, mas segue bastante próximo ao esporte que ajudou a difundir.

Lalas em visual mais "limpo" que adota atualmente em seu trabalho como comentarista
Lalas em visual mais "limpo" que adota atualmente em seu trabalho como comentarista
Foto: Divulgação

Lalas atuou no italiano Padova e no equatoriano Emelec, mas foi nos Estados Unidos em que fez a maior parte de sua carreira. Como zagueiro, passou por franquias importantes como New England Revolution e Los Angeles Galaxy. Após a aposentadoria dos campos, participou diretamente do momento mais importante da liga local: a contratação de David Beckham pelo Galaxy em 2007. Lalas era presidente do clube californiano e também já foi o mandatário máximo do New York Red Bulls e do San Jose Earthquakes.

Com tudo isso, o ex-defensor foi testemunha da evolução do futebol nos Estados Unidos, que atualmente conta com bons públicos na Major League Soccer (MLS) e jogadores com nível suficiente para atuar na Europa. A seleção americana também seguiu esta tendência e estará no Brasil em 2014 para seu sétimo Mundial consecutivo.

Dezenove anos depois da Copa que foi conquistada pelo Brasil, Lalas, atualmente com 43 anos, conversou com a reportagem do Terra e lembrou como foi enfrentar Romário e Bebeto nas oitavas de final do Mundial - vitória por 1 a 0 para a Seleção de Carlos Alberto Parreira. Ele também fez sua análise sobre a equipe americana e contou a explosão do futebol em solo americano.

Confira a seguir a entrevista exclusiva com Alexi Lalas:

Terra - O que você vem fazendo ultimamente? Sei que andou trabalhando como comentarista e até fez podcasts.

Alexi Lalas -

Trabalho com a ESPN agora. Falo sobre futebol e estarei no Brasil com a ESPN cobrindo a Copa do Mundo de 2014. Já fui presidente de alguns clubes e de vez em quando ainda faço podcasts.

Lalas e a música
Divulgação
Alexi Lalas apresentava um visual ao estilo grunge dos anos 1990, mas não era só uma imagem. O ex-zagueiro tem músicas gravadas e álbuns lançados, como o CD Ginger (1998). "Tenho um estúdio na minha casa, continuo a escrever e tocar. Toco todas as noites. Não posso mais jogar futebol, mas sempre seguirei com a música", disse o roqueiro.

Terra - Já se foram quase vinte anos desde que os Estados Unidos receberam a Copa do Mundo. O que mudou desde então com a seleção americana?

Alexi Lalas -

A equipe continua a se classificar à Copa do Mundo e estamos produzindo jogadores que podem atuar em algumas das melhores ligas do mundo, mas o mais importante é o modo como o futebol é visto nesses vinte anos. É um esporte importante aqui. Não é um dos mais populares, mas tem credibilidade, está desenvolvido e é respeitado. No verão de 1994 as pessoas começaram a entender que não era só sobre a Copa. Para alguns foi uma introdução do que o futebol poderia ser quando jogado em alto nível. Com a MLS, as pessoas olham o esporte de um jeito diferente. É bom. Fico orgulhoso de ainda fazer parte disso, mesmo que não mais diretamente.

Espanha apresenta uniforme todo vermelho para Copa do Mundo:

Terra - O futebol é cada vez mais popular nos Estados Unidos. Acha possível que possa se tornar um dos principais esportes por aí?

Alexi Lalas -

Com certeza. Acho que está crescendo nesse caminho. Se olhar o futebol no país como um fundo de investimento, é um fundo em que vale a pena investir, porque tem uma tendência para expandir.  Estou muito otimista com futuro do futebol nos Estados Unidos. Não vai ser do dia para a noite, temos outros esportes mais populares, mas já começou a mudar.

Como presidente do LA Galaxy, Lalas foi parte fundamental da contratação de David Beckham em 2007
Como presidente do LA Galaxy, Lalas foi parte fundamental da contratação de David Beckham em 2007
Foto: Getty Images
Terra - Recentemente vimos jogadores americanos atuando em grandes ligas internacionais, como Donovan na Inglaterra e Bradley na Itália. Acha que isso será mais comum no futuro?

Alexi Lalas -

Sim, teremos mais jogadores, mas não é porque um jogador não joga na Europa que ele não será bom ou não será um 'world class'. Por conta da MLS, os jogadores têm uma escolha. Ainda existe o sonho de jogar na Europa, mas existe a oportunidade de ficar na MLS. Acho que isso é importante, porque quando eu jogava, não tínhamos isso. É o caso do Donovan. Ele é um 'world class', mas às vezes é difícil entender a decisão. A percepção da MLS é diferente. Não é a liga mais divertida ou a mais popular, mas é a mais competitiva. Não temos times melhores do que os outros, ela é sempre competitiva, e isso é importante, único. Isso ajuda o jogador, porque todos os times são bons.

Terra - Você era o presidente do LA Galaxy durante a era Beckham. Quanto que a presença dele na MLS ajudou a divulgar o futebol nos Estados Unidos?

Alexi Lalas -

Foi muito importante. Foi um momento importante e uma plataforma importante. Mudou como as pessoas olhavam o Galaxy e a MLS, também internacionalmente, em relação à credibilidade. Mostrou o que a MLS queria fazer. Tenho muito orgulho de ter sido parte disso. Mudou o modo como vemos nossa liga aqui nos EUA, mas também como somos vistos pelo mundo. Deu uma ideia do que a MLS quer ser.

Terra - Recentemente saíram notícias sobre a franquia que o Beckham pretende abrir em Miami. O nome dele e a questão de criar o time numa cidade latina podem ser garantias de sucesso?

Alexi Lalas -

É um negócio, e obviamente precisa de dinheiro e reconhecimento. David Beckham te dá as duas coisas. Mas ele não vai jogar, e tem que ter um time. Principalmente na Flórida, em que não é fácil criar uma equipe. Beckham vai continuar envolvido na MLS, mas não significa que é mais fácil ir para Miami. A Flórida tem uma população e uma comunidade bem diferentes, especialmente no Sul. Obviamente há muitos turistas, clima agradável e uma população mais velha, o que reflete no esporte em geral. É um desafio para muitos esportes fazer algo funcionar lá. Veremos.

Lalas marca Romário durante partida pelas oitavas de final da Copa do Mundo de 1994
Lalas marca Romário durante partida pelas oitavas de final da Copa do Mundo de 1994
Foto: Getty Images

Terra - O que pode me dizer sobre aquela partida contra o Brasil nas oitavas de final da Copa de 1994? O time dos Estados Unidos ficou perto de vencer...

Alexi Lalas -

Obviamente o Brasil era favorito e tinha jogadores fantásticos. Para mim, a oportunidade de jogar contra Romário e Bebeto e ver o que faziam como time era um momento fantástico. Fomos eliminados com orgulho e ganhamos o respeito de todos. Minha vida mudou por causa da Copa de 1994. É o motivo pelo qual estou falando com você agora. Joguei bem, o time jogou bem. Vivi a força da Copa do Mundo. Depois daquele jogo, a Copa tinha acabado, mas segui para outras coisas. Lembro que depois daquele jogo estava triste por ter chegado ao fim, mas ao mesmo tempo estava orgulho do que fiz. Acho que joguei bem defensivamente. Não deixamos o Brasil fazer algumas coisas que poderia ter feito por sua grande habilidade.

Alexi Lalas exibe a histórica camisa estrela dos Estados Unidos em 1994
Alexi Lalas exibe a histórica camisa estrela dos Estados Unidos em 1994
Foto: Getty Images

Terra - Como era marcar Romário e Bebeto?

Alexi Lalas -

Era muito difícil (risos). Eles fazem tantas coisas diferentes em relação a velocidade e equilíbrio. Eles te vencem no drible, na corrida e no jogo aéreo. Eu tinha que ficar constantemente atento e pensando no que poderiam fazer. Sempre poderiam me antecipar. No gol marcado pelo Bebeto a bola passou por baixo de mim. Acontece.

Terra - O que era mais fácil? Marcar os atacantes brasileiros ou ser o presidente do Galaxy na era Beckham?

Alexi Lalas -

As duas coisas eram bem desafiadoras (risos). Aprendi muito sobre o negócio do futebol quando era presidente. Aprendi tanto e era muito valioso, uma experiência incrível. As duas coisas me ajudaram a me tornar a pessoa que sou hoje. Seja jogar contra jogadores fantásticos ou ser presidente do Galaxy e enfrentar o furacão que Beckham trouxe consigo, tudo isso me tornou quem sou hoje.

Em 1994, embalado pela boa apresentação na Copa, Lalas foi contratado pelo Padova, da Itália
Em 1994, embalado pela boa apresentação na Copa, Lalas foi contratado pelo Padova, da Itália
Foto: Getty Images

Terra - O que você espera para os Estados Unidos na Copa de 2014? O time americano está pronto para uma boa campanha?

Alexi Lalas -

Acredito que no próximo verão, não significa que os Estados Unidos vencerão a Copa, mas farão o melhor possível. Tivemos um ano de 2013 muito bem sucedido, mas sabemos que a Copa é questão de momento, e o jogador tem que estar pronto. Por conta disso, não é o passado que faz a diferença, é o que se faz naquele momento. O time terá muitas ferramentas para usar. Estou curioso para ver o que acontecerá.

Terra - Como você vê a campanha ruim do México nas Eliminatórias para a Copa (os mexicanos só foram para a repescagem porque os Estados Unidos ignoraram a rivalidade e venceram o Panamá na última rodada e salvaram os rivais)?

Alexi Lalas -

Acho que a Copa do Mundo vai ser melhor com o México. O México está lutando e não quero vê-los fora. Não gostaria de vê-los fora da Copa porque têm grandes jogadores, mas não estão funcionando como um time. É esse o problema. Espero que se unam e sigam para o Brasil. O México ajudará a fazer uma Copa do Mundo melhor.

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Fonte: Terra
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