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Terra na Copa

Copa: cidades do RS temem criminalidade com menos policiais

27 mai 2014 - 07h36
(atualizado às 07h36)
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Policias fazem treinamento contra manifestações para a Copa
Policias fazem treinamento contra manifestações para a Copa
Foto: Robson Alves / PM5 / Divulgação

A chegada de 2 mil policiais de Brigada Militar (PM gaúcha) a Porto Alegre para reforço do efetivo de 5 mil homens que atuarão na segurança da Copa do Mundo tem causado muita preocupação para os prefeitos das cidades afetadas, preocupados com a possibilidade de aumento da criminalidade. A promessa do governo era de que municípios pequenos não perderiam agentes, mas a Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) diz que isso não foi respeitado.

Um levantamento feito pela Famurs mostra que cidades como Dois Irmãos, na região metropolitana, perdeu três de seus 20 policiais. Municípios como Alecrim, Camargo e Ciríaco, que possuem 7 mil, 2,5 mil e 4,9 mil habitantes, respectivamente, perderam um policial cada, aponta a entidade.

As cidades da região metropolitana de Porto Alegre, que concentraram um quarto de todas as ocorrências criminais registradas no Estado neste ano, têm demonstrado especial preocupação com a diminuição do efetivo. A prefeitura de Cachoeirinha reclama que 30 policiais, um terço do efetivo, foi deslocado à capital. A cidade registrou 827 furtos e roubos – incluindo de veículos – além de 10 homicídios neste ano.

<p>Cerca de 5 mil policiais trabalharão na segurança do evento em Porto Alegre</p>
Cerca de 5 mil policiais trabalharão na segurança do evento em Porto Alegre
Foto: Robson Alves / PM5 / Divulgação

Segundo o presidente da Famurs, prefeito da cidade de Santo Ângelo, Valdir Andres (PP), agentes de públicos de outros órgãos e até a contratação de segurança privada seriam alternativas para o deslocamento de efetivo policial.

"A Famurs sugeriu que antes de desarmar o interior, o governo pedisse apoio das forças nacionais, do Exército Brasileiro, contratasse segurança privada, usasse a Guarda Municipal ou agentes de trânsito da EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) de maneira a não penalizar o interior, porque já existe defasagem de policiamento no interior e esses soldados fazem uma falta enorme", diz.

Segundo ele, o clima tem ficado tenso nas cidades interioranas preocupadas com a possibilidade do aumento da criminalidade embalado pela diminuição de policiamento. "Quem pode está contratando segurança privada, mas grande parte não tem condições. O que se pode fazer é rezar e esperar que não aconteça nada de mais sério”, afirma.

<p>Agente participa de treinamento no local que receberá a Seleção do Equador, na região metropolitana de Porto Alegre</p>
Agente participa de treinamento no local que receberá a Seleção do Equador, na região metropolitana de Porto Alegre
Foto: Alina Souza / Palácio Piratini / Divulgação

Desde a semana passada a população de Porto Alegre já tem percebido o deslocamento de comboios de policiais que têm paralisado o trânsito na cidade, além do aumento visível de policiamento pelas ruas. São os 5 mil homens e mulheres que atuarão na Copa participando de atividades de instrução. Eles foram divididos em dois batalhões: o de Pronto Emprego (Bepe) para agir em manifestações, e o Batalhão da Copa, que atuará em todas as outras frentes.

A Brigada Militar justifica que o deslocamento de policiais do interior não deve afetar a segurança nas cidades gaúchas. Isso porque as férias e licenças foram suspensas até o final de julho, fazendo com que mais 3.766 policiais militares pudessem atuar durante o evento. Junto a isso, regiões como Vale dos Sinos e a serra gaúcha devem ter o policiamento reforçado por conta da chegada de turistas.

Fonte: Terra
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