PUBLICIDADE

Clubes temem que abismo financeiro os distancie do Fla

27 dez 2019 - 14h20
Compartilhar
Exibir comentários
Foto: Joao Carlos Gomes/MyPhoto Press / Gazeta Press

Nos últimos dias, o presidente do Athletico-PR, Mario Celso Petraglia, tem se manifestado repetidas vezes sobre o que ele considera "um abismo financeiro" entre o Flamengo e os demais grandes clubes do País. Afirma que o volume de dinheiro recebido pelo vice-campeão mundial em razão da divisão dos direitos de transmissão de competições nacionais é desproporcional em relação à quantia que cabe aos coirmãos. Por causa disso, o Terra ouviu alguns presidentes de outros gigantes da elite nacional sobre o tema e constatou que há uma sintonia entre eles.

Somente pelo Brasileiro de 2019, a distância do Flamengo para os demais clubes da Série A com a arrecadação pela transmissão de jogos por TV aberta e fechada e pelo sistema pay-per-view, foi bastante expressiva. O campeão nacional recebeu em torno de R$ 187 milhões.

O Internacional, que chegou em sétimo, acabou contemplado com cerca de R$ 85 milhões, ou seja, mais de 100 milhões de reais de diferença. Para o presidente do clube gaúcho, Marcelo Medeiros, é preciso encontrar uma fórmula mais justa de divisão desse recursos.

"Existe uma diferença sim na divisão desse bolo no futebol brasileiro. Essa experiência do 40%, 30% e 30% não aproximou as cotas. Uma proximidade deixaria a competição mais equilibrada. Quanto menor a diferença financeira, mais justo, mais bacana para o futebol", disse Medeiros.

O dirigente referiu-se ao modelo que passou a vigorar em 2019, com 40% da receita da TV, relativa ao Brasileiro, dividida igualmente entre todos os 20 participantes da Série A, 30% distribuídos de acordo com a posição final do clube na tabela e os outros 30% escalonados pelo número de vezes em que os jogos de cada um foram exibidos pela TV aberta.

Para o presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros, o Leco, o problema requer “uma discussão permanente”.

"Há uma disparidade, precisamos corrigir. Os clubes têm conversado muito sobre isso e a CBF tem nos acolhido bastante para esses estudos. É um tema que diz respeito à importância do Campeonato Brasileiro".

O São Paulo terminou a competição em sexto lugar e conseguiu obter em torno de R$ 130 milhões com as cotas.

Já o Botafogo, 15º no Brasileiro, ficou muito distante dos líderes em arrecadação neste ano. Recebeu aproximadamente R$ 65 milhões. O presidente do clube, Nelson Mufarrej, também defendeu a necessidade de uma reavaliação do modelo atual. Mais do que isso, estabeleceu como um de suas prioridades tentar equilibrar a distribuição desses recursos – caminho do qual não abre mão para incrementar a transição por que passa o time alvinegro para se tornar clube-empresa.

Fonte: Silvio Alves Barsetti
Compartilhar
Publicidade
Publicidade