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Carta de chefe da Copa 2010 sugere "engenharia" para propina

5 jun 2015 - 16h25
(atualizado às 16h34)
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A história do pagamento de US$ 10 milhões (pouco mais de R$ 30 milhões) feito pelo governo da África do Sul à Concacaf - e encarado por investigadores americanos como um suborno para garantir o apoio do presidente da entidade, Jack Warner, à candidatura do país africano como sede da Copa do Mundo de 2010 - ganhou um novo capítulo. Uma carta vazada na internet (veja aqui) mostrou que o presidente do Comitê Organizador da Copa, Danny Jordaan, criou uma "engenharia" para que o pagamento fosse feito de forma indireta pelo governo.

Na carta endereçada ao secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, Jordaan cita outros dois membros do governo sul-africano: o vice-ministro de finanças Jabu Moleketi e o ministro de relações exteriores Nkosazana Dlamini-Zuma. Segundo o documento, o plano inicial de Moleketi era que o governo pagasse à Fifa, que repassaria o dinheiro à Concacaf.

Danny Jordaan (à dir.) enviou carta a Jérôme Valcke sugerindo que a Fifa pagasse a Concacaf em 2008
Danny Jordaan (à dir.) enviou carta a Jérôme Valcke sugerindo que a Fifa pagasse a Concacaf em 2008
Foto: AFP

Porém, após uma conversa com Zuma, Jordaan sugeriu um plano a Valcke: o Comitê Organizador da Copa deixaria de receber da Fifa US$ 10 milhões previstos no orçamento inicial para a organização do torneio, e o rombo seria coberto pelo governo sul-africano. Em contrapartida, a Fifa, que agora teria os US$ 10 milhões "sobrando", usaria o dinheiro para fazer o pagamento direto à Concacaf.

Segundo o jornal sul-africano Mail & Guardian, esse procedimento - que tem "todas as características de uma operação de lavagem de dinheiro" - teria como objetivo distanciar o governo do país de um pagamento direto à Fifa ou a Jack Warner, usando o Comitê Organizador como intermediário.

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Um dos mencionados por Jordaan na carta, o então vice-ministro de finanças Jabu Moleketi disse que a carta é falsa e que nunca discutiu o assunto com o antigo chefe do Comitê Organizador. Já Danny Jordaan, que é o atual presidente da Associação Sul-Africana de Futebol (Safa), se negou a comentar sobre a carta, mas a história que ele e a Fifa sustentam é que o pagamento não se tratou de um suborno a Warner, mas sim uma doação legal para um programa de incentivo ao futebol no Caribe.

É importante notar que a África do Sul ganhou em 2004 o direito de sediar a Copa do Mundo, e a suposta propina a Warner foi paga somente em 2008. Segundo acreditam os invstigadores, porém, o pagamento foi o apenas o cumprimento de uma "promessa do governo sul-africano" - o termo é usado pelo próprio Jordaan na carta.

Foto: AFP
Fonte: Terra
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