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Chefe da Copa de 2010 admite pagamento de US$ 10 mi à Fifa

31 mai 2015 - 11h26
(atualizado às 13h31)
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O ex-presidente do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2010, disputada na África do Sul, Danny Jordaan, reconheceu que o organismo que dirigiu pagou, em 2008, US$ 10 milhões à Fifa, embora negou que tinha sido um suborno. As declarações de Jordaan, publicadas neste domingo no Sunday Independent, ocorre dias depois que uma investigação do FBI acusou dirigentes da Fifa de receber US$ 10 milhões da África do Sul em troca do apoio na votação final sobre o país anfitrião da Copa de 2010.

Tanto o governo sul-africano como a Associação Sul-Africana de Futebol (Safa) - da qual Jordaan, que acaba de ser nomeado prefeito da cidade sulina de Port Elizabeth, é presidente - negaram qualquer pagamento em troca de votos para organizar a Copa do Mundo. Segundo Jordaan, os US$ 10 milhões foram pagos à Confederação de Futebol da América do Norte, Central e o Caribe (Concacaf) para promover o desenvolvimento do futebol na zona.

Foto: Laurence Griffiths / Getty Images
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O presidente da Concacaf era então Jack Warner, que ocupava também a presidência da Fifa e quem, segundo a investigação do FBI, recebeu o suposto suborno de US$ 10 milhões para votar pela África do Sul e conseguir o apoio para esta candidatura de outros dois membros com direito a voto. Com os votos de Warner e outros dois diretores, que teriam recebido parte do dinheiro, a candidatura da África do Sul venceu a de Marrocos por 14 votos a 10 na votação final, realizada em 2004.

"Como podemos ter pago um suborno pelos votos quatro anos após ter ganho o processo", disse Jordaan ao Sunday Independent, rejeitando que o dinheiro fora para comprar a vontade de Warner e seus dois supostos cúmplices. Segundo o jornal, a Concacaf foi a única federação regional do mundo que recebeu ajuda econômica do Comitê Organizador Local da Copa de 2010.

Segundo as autoridades do futebol sul-africano, este tratamento preferencial se deve à consideração de parte da população da América do Norte, Central e o Caribe como "diáspora africana". A investigação do FBI assegura que Warner cobrou os US$ 10 milhões da África do Sul descontando-os da quantidade que a Fifa pagou ao país austral para fazer frente às despesas de organização.

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Segundo o "Sunday Independent", a Safa só recebeu US$ 80 milhões dos US$ 100 milhões que devia ter acesso para preparar o evento. A Fifa descontou US$ 10 milhões para financiar a construção da nova sede da Safa, enquanto os outros US$ 10 milhões foram investidos no "Fundo de Desenvolvimento da Concacaf".

Warner foi detido nesta semana junto com outros diretores da Fifa envolvidos no escândalo de corrupção. Tanto a oposição como grupos da sociedade civil sul-africana pediram explicações ao governo pela suposta compra de votos para sediar a Copa.

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EFE   
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