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Após denúncia, Fifa suspende Valcke e abre investigação

17 set 2015 - 16h42
(atualizado às 17h02)
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Foto: Shaun Boterrill / Getty Images

A Fifa comunicou na tarde desta quinta-feira que o secretário-geral Jeróme Valcke foi suspenso de forma imediata e liberado de todas as suas funções. Por meio de um breve comunicado, a entidade disse estar ciente das denúncias feitas contra o dirigente francês e assegurou que uma investigação interna foi aberta por seu Comitê de Ética. Segundo reportagem publicada pelo jornal Estado de São Paulo, nesta quinta, Valcke fez um acordo milionário com uma empresa de marketing para vender ingressos acima do preço tabelado para a Copa do Mundo de 2014. Ele teria lucrado 2 milhões de euros (cerca de R$ 8,6 milhões) com o esquema fraudulento.

Valcke é o braço direito do presidente da Fifa, Joseph Blatter, desde que assumiu a função de secretário-geral, em 2007. A acusação de que ele estaria envolvido em atividades ilegais partiu de Benny Alon, empresário que atua na venda de ingressos para Mundiais da Fifa há mais de duas décadas. Além do desvio de verba, a empresa de Alon, a JB Marketing, acusou o sumiço de 8.300 ingressos que deveriam ser comercializados por ela. O empresário acordou com a Fifa, em 2010, os direitos sobre a venda de pacotes de ingressos VIP a partir de 2013, o que incluía a Copa das Confederações disputada no Brasil.

Valcke é o braço direito do presidente da Fifa, Joseph Blatter, desde 2007
Valcke é o braço direito do presidente da Fifa, Joseph Blatter, desde 2007
Foto: Alexander Hassenstein / Getty Images

O esquema arquitetado nas 12 cidades-sede da Copa garantiria a entrega de 11 mil ingressos à empresa de Alon para a comercialização. A princípio, a JB Marketing poderia escolher 12 jogos para os quais venderia os ingressos, mas as partidas foram renegociadas ainda em 2012, após reunião com Valcke. Segundo o novo acordo, a empresa poderia vender entradas para os principais jogos do torneio, incluindo todos as partidas da Seleção Brasileira. Os lucros sobre a comercialização seriam repartidos igualmente entre a empresa e o dirigente francês.

O empresário revelou que soube da escolha do Catar para sediar a Copa do Mundo de 2022 com oito meses de antecedência. Em reunião com Valcke, Alon foi informado que a JB Marketing não teria direitos sobre a venda de ingressos no país árabe. “Ele me disse: você negociou bem. Mas vocês não terão ingressos para 2022. Esse Mundial acontecerá no Catar”, declarou o empresário. Segundo ele, Valcke teria dito que o Catar “deu tanto dinheiro que não poderia negar-lhes o Mundial”.

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