Prorrogação vitima 85% de "sobreviventes" desde Copa de 2002

Brasileiros, costarriquenhos e alemães: comecem a coçar a cabeça. Colombianos, holandeses e franceses: esfreguem as mãos. A prorrogação vitimou simplesmente 85% de seus últimos vencedores em Copas do Mundo. Do Mundial de 2002 para cá, 11 seleções que só se classificaram após o tempo regulamentar caíram na fase seguinte. Treze jogos foram decididos em 120 minutos ou pênaltis nas últimas três Copas. Somente italianos e sul-coreanos conseguiram triunfar depois das chamadas "epopeias". Em 2014, Brasil, Costa Rica, Alemanha, Argentina e Bélgica terão esta ingrata missão já nas quartas de final.

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O último caso em que uma equipe se saiu vitoriosa em Mundiais logo após passar de fase no tempo extra foi a Itália, campeã de 2006. A seleção comandada por Marcelo Lippi superou a Alemanha na prorrogação da semifinal por 2 a 0 e, na fase seguinte, não foi derrotada: empatou por 1 a 1 nos 90 minutos com a França, em Berlim, e depois triunfou por 5 a 4 nos pênaltis para conquistar o tetra.

De lá para cá, três seleções que venceram depois do tempo regulamentar caíram na fase subsequente. Antes da Itália de Pirlo,Totti e Buffon, foram incríveis oito vítimas consecutivas: dentre elas, as poderosas Alemanha, Argentina, Portugal e Espanha. Nas últimas três Copas, além dos italianos, somente a Coréia do Sul conseguiu sobreviver logo depois de um jogo disputado em mais de 90 minutos.

Mandante do Mundial realizado em 2002, a seleção asiática bateu exatamente a Itália no tempo extra das oitavas de final para, na fase seguinte, conseguir eliminar a Espanha nos pênaltis das quartas. Após duas partidas de longa duração, contudo, a queda para a Alemanha na semifinal foi inevitável.

Alguns fatores explicam tamanho estrago provocado por um jogo decidido no tempo extra. O cansaço físico e mental são os principais. Se disputar uma partida de Copa do Mundo em 90 minutos já é exaustivo, imagina em 120? Além disto, as cobranças de pênaltis, apesar de não consumirem tanto do corpo, são capazes de destruir o psicológico de um jogador. A ponto de fazê-lo chegar "moído" ao jogo seguinte.

Em 2014, foram cinco as seleções que tiveram de passar por tanto sofrimento nas oitavas de final: Brasil, Costa Rica, Alemanha, Argentina e Bélgica - as duas últimas se enfrentarão nas quartas.

Os donos da casa só superaram o Chile nas penalidades, assim como os centro-americanos, que ainda tiveram de resistir aos gregos com um jogador a menos desde a metade da segunda etapa. Por sua vez, os comandados de Joachim Löw, Alejandro Sabella e Marc Wilmots pelo menos se pouparam das batidas da marca da cal: conseguiram mandar respectivamente Argélia, Suíça e Estados Unidos de volta para casa nos 30 minutos extras.

As consequências (positivas ou não) da incapacidade de decidir uma partida em 90 minutos só poderão ser observadas a partir desta sexta-feira, quando as quartas de final começam a definir os rumos do Mundial disputado no Brasil. França e Alemanha fazem clássico às 13h (de Brasília), no Maracanã, Brasil e Colômbia duelam às 17h, em Fortaleza, enquanto que no sábado Argentina e Bélgica medem forças às 13h, no Mané Garrincha, e Holanda e Costa Rica se enfrentam na sequência, em Salvador.