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Celso Barros acusa rival de críticas populistas sobre acordo com Flu

25 fev 2014 - 09h42
(atualizado às 10h12)
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<p>Celso Barros afirma que patroc&iacute;nio com Fluminense &eacute; vantajoso para Unimed por exposi&ccedil;&atilde;o da marca na camisa do clube tricolor</p>
Celso Barros afirma que patrocínio com Fluminense é vantajoso para Unimed por exposição da marca na camisa do clube tricolor
Foto: Mônica Garcia / Artevista Comunicação, Assessoria e Empreendimentos Culturais Ltda - Especial para o Terra

O pediatra Celso Corrêa de Barros, tem 62 anos, é casado e pai de dois filhos. Há 16 anos presidindo a Unimed Rio, o médico aponta seus números crescentes ao longo dos anos para sair vitorioso do pleito da seguradora de saúde, nesta terça-feira. Apaixonado por futebol e pelo Fluminense, Barros nunca escondeu sua paixão, e firmou há quase 15 anos, quando seu clube do coração amargava a série C do Campeonato Brasileiro, em 1999, o patrocínio inédito e mais duradouro do futebol brasileiro.

Em entrevista ao Terra, o presidente da seguradora fala sobre a parceria com o clube tricolor, afirma que seu adversário no pleito desta noite está superdimensionando os valores do acordo e exalta os benefícios que o patrocínio para o Fluminense trouxe à Unimed-Rio. Celso Barros afirmou ainda que espera, que caso não seja reeleito, que o adversário Claudio Salles não rasgue o contrato com o clube tricolor. 

Confira abaixo a entrevista exclusiva com Celso Barros:

Terra - Por que concorrer a mais um mandado à presidência da Unimed Rio? E por que os cooperados devem votar na chapa 1?

Celso Barros - 

Não faltam motivos para votar na chapa 1. Temos ótimos resultados para mostrar, todos os membros da chapa são lideranças reconhecidas e com compromissos pela dignidade do médico, e a Unimed Rio durante nossa gestão multiplicou todos os seus indicadores, tornando-se líder de mercado e a operadora que garante ao sócio a melhor remuneração pelo seu trabalho.  Esses são fatos incontestáveis, e temos certeza que os cooperados saberão reconhecer isso na hora de comparar as duas chapas, suas propostas e principalmente a qualificação de seus membros. Num setor tão competitivo e especializado como o de planos de saúde, trocar o certo pelo duvidoso e inexperiente é um risco que em sã consciência o médico não deve correr.

Terra - Quais são os pontos positivos e negativos da sua gestão ao longo desses 15 anos? E quais são suas apostas para mais uma gestão?

Celso Barros -

 Assumimos a Unimed Rio com 236 mil clientes, médicos ganhando R$ 23 por uma consulta e praticamente sem nenhum patrimônio. Hoje são 1,2 milhão de clientes e a consulta é a maior do estado e uma das maiores do país, R$ 80. Distribuímos aos médicos, apenas no ano passado, mais de R$ 500 milhões a título de produção, e atingimos uma receita bruta de R$ 3,9 bilhões, projetando R$ 5 bilhões para este ano. Saímos do terceiro lugar para a liderança isolada do mercado, e planejamos atingir dois milhões de clientes e nos tornar a maior cooperativa do Sistema Unimed tanto em volume de beneficiários quanto em faturamento, o que já somos. Isso é trabalho concatenado, que segue um planejamento de médio e longo prazo, no qual o principal compromisso de desenvolvimento é com a dignidade do médico e dos clientes, como sempre foi. Todo o restante é consequência disso.

Terra - O doutor Cláudio Salles afirmou que já convidou o senhor para alguns debates, e que você sempre negou. Por que não debater? Não seria mais democrático os cooperados da Unimed Rio participarem de pelo menos um debate com os dois candidatos?

Celso Barros -

 É muito curioso que o candidato da oposição faça essa proposta, visto que ele e seu grupo participam muito pouco das nossas assembleias gerais, que são o ambiente natural para o debate. Como em qualquer empresa com sócios e acionistas em grande número, é nas assembleias que os dados são apresentados, as dúvidas levantadas e os esclarecimentos feitos. Esse candidato está na Unimed Rio há mais de dez anos, e só nos últimos quatro apareceu em assembleia, e na última inclusive abandonou o plenário antes do debate previsto na ordem do dia, porque havia perdido a eleição para o Conselho Fiscal. Portanto, essa conversa de que quer o debate na verdade é só uma artimanha para mostrar-se como sendo um cooperado participativo, o que os nossos registros não revelam.

Terra - O senhor sempre mostrou claramente a sua paixão pelo futebol e pelo Fluminense. Por que você acha que o Dr. Salles não revela seu time de coração? Você acredita que essa seja uma estratégia da campanha dele. Assim ficaria mais fácil criticar o patrocínio ao Fluminense?

Celso Barros - 

Acredito que seja óbvio para qualquer pessoa de bom senso saber que acima do Celso Barros que gosta de esportes está o Celso Barros gestor, que toma decisões pragmáticas em benefício de sua organização e responde por elas com o resultado que apresentam.  Centralizar o debate sobre o futuro e os destinos de uma empresa do porte da Unimed Rio numa questão menor, como é o patrocínio esportivo, é ou uma falta de compreensão dos verdadeiros desafios que a empresa enfrenta no seu dia a dia, ou uma opção populista para ganhar projeção eleitoral. No caso dele, acho que as duas opções são válidas...E também acho que ele não deveria se envergonhar de dizer que é torcedor do Flamengo.

Terra - Uma das maiores críticas da chapa 2 é o patrocínio ao Fluminense. Ele afirmou que o valor investido em 2013 foi de R$ 70 milhões. O senhor confirmar esse valor? Esses valores podem ser revistos para mais ou para menos, já em 2014 ou 2015?

Celso Barros - 

O marketing esportivo e particularmente o patrocínio ao Fluminense tem uma dimensão pública superdimensionada, mas no contexto do negócio é um ponto de relevância menor, como já disse. O que importa em qualquer empresa é que o investimento em marketing seja justificado pelos resultados. E isso temos para mostrar. Investimos menos de 3% do faturamento da empresa em marketing de forma geral, e temos crescido sem parar desde que adotamos nossa estratégia de comunicação. Manter a opção estratégica ou não é uma decisão que revemos anualmente, e até agora não temos tido evidência de que conseguiríamos resultados tão expressivos para o negócio se opção fosse outra.

Terra - O doutor Cláudio Salles critica muito a sua interferência no patrocinado Fluminense. O que o senhor acha dessas críticas? Pretende mudar a forma que vem patrocinando o clube, de pagar diretamente salários de jogadores, treinador e alguns executivos?

Celso Barros - 

Eu sou um gestor em tempo integral, e meu estilo é o de cuidar dos investimentos que fazemos, interferindo naquilo que me pareça legítimo na condição de patrocinador, no caso do Fluminense. O modelo desse contrato é inovador, e por uma série de questões, inclusive internas ao clube, tem um componente que é o contrato de direito de imagem com atletas. É possível que no futuro esse modelo mude, volte a ser um contrato tradicional de patrocínio, ou mesmo acabe. O que vai determinar isso é o resultado que esse negócio, chamado marketing esportivo, traz para a Unimed Rio.

Roqueiro assumido, Rafael Sobis quer fugir do carnaval:
Terra - Se somarmos o tempo de exposição da marca Unimed Rio na camisa do Fluminense, durante os 90 minutos de uma partida, a propaganda uma ou duas vezes por semana, quando o time tem o jogo veiculado na televisão, é muito grande. Esse patrocínio tão televisionado gera lucro direto para a Unimed? De que forma?

Celso Barros -

 Temos estudos da Informídia que mostram que, nos momentos mais vibrantes do Fluminense, cada real investido representaria o mesmo resultado que um investimento de R$ 50 em mídia convencional. Em 2013, a relação foi de R$ 1 para R$ 23. Isso falando apenas de TV. Inclua nesse raciocínio páginas inteiras de jornal, capas de cadernos de esporte ou de veículos que nem precificam suas capas de tão caras que custam, o fato de milhões de pessoas usarem a camisa do clube com sua marca pelo país inteiro... Isso não tem preço, mas o resultado disso a gente conhece, que é justamente o crescimento da empresa ao nível em que se encontra hoje. Claro que isso não se deu apenas por conta da marca na camisa do Fluminense, mas sua importância nesse processo é indiscutível e reconhecida por qualquer analista de marketing e imagem do País.

Terra - Você acredita que se a parceria com o Fluminense acabasse o clube tricolor passaria por dificuldades financeiras?

Celso Barros -

 Espero que não apenas o Fluminense, mas todos os grandes clubes, se tornem progressivamente menos dependentes de seus patrocinadores. O que é fundamental no meu ponto de vista, e isso é um valor de vida para mim, é que todo compromisso tem que ser honrado. Quando envolve os interesses de duas organizações do porte da Unimed Rio e do Fluminense, a visão unilateral tem que ser considerada dentro do contexto dos compromissos assumidos. Não gostaria, sinceramente, de ver um dia a Unimed Rio fazendo o papel de uma organização cujo presidente rasga contratos e foge de suas responsabilidades.

Terra - O Fred hoje é um dos principais nomes do time e o contrato dele já vem sendo negociado. A Unimed-Rio vem participando das conversas, já que a maior parte do salário dele é pago pela Cooperativa. Qual a importância de manter o Fred no clube para a visibilidade da marca da empresa?

Celso Barros -

 Qualquer jogador de nível de Seleção Brasileira representa um ativo importante sobre o ponto de vista da visibilidade, todos sabem disso. Essa é a análise a ser feita. Como gosto de esporte, sei reconhecer os valores estejam eles em que time estiverem, e nesse aspecto claro que manter um atacante desse padrão na equipe é muito bom.

Terra - A longínqua parceria entre Unimed Rio e Fluminense vai além dos presidentes tricolores. Nos últimos meses algumas divergências como a contratação de técnicos, jogadores e executivos vieram a público. Essas informações são verdadeiras? Como é a sua relação com o presidente Peter Siemsen?

Celso Barros -

 Somos dois dirigentes sérios, responsáveis perante as organizações que representamos, e que respeitamos um ao outro. Divergimos muitas vezes, o que é natural em qualquer tipo de parceria comercial, e no nosso caso ganha projeção justamente por estarmos tratando de futebol. Fosse uma divergência sobre a cor da pintura da parede ou a marca do carro que um ou outro mais gosta, não seria relevante. Portanto, é preciso manter as coisas em seus devidos lugares. Nos respeitamos e procuramos coordenar nossos esforços para que os interesses do clube e do patrocinador sejam contemplados sempre que possível. Recentemente, o presidente Peter Siemsen fez uma declaração pública numa rede social a meu respeito, apoiando a nossa gestão. Acho que é uma prova inequívoca de que somos alinhados em nossas responsabilidades.

Terra - O doutor Cláudio afirmou que falta transparência em sua gestão, e que o senhor se acha dono da Unimed Rio, exatamente por nunca ter tido oposição. Ele cita a compra da carteira da Golden Cross e de que diretores da empresa têm cargos no CRM, o que a justiça já proibiu. Como o senhor avalia essas acusações?

Celso Barros - 

Não fico surpreso com o desconhecimento que ele demonstra com o dia a dia de uma empresa como a Unimed Rio, já que ele de fato tem como maior experiência dirigir uma clínica popular no subúrbio, e pouco tem se envolvido de verdade com a cooperativa.  Alegar que não há transparência numa empresa que tem suas contas aprovadas anualmente em assembleias abertas, cujo relatório de prestação de contas segue o padrão GRI e cujos balanços e demonstrativos são auditados por duas auditorias, entre elas a Ernest & Young, chega a ser um acinte. 

Não bastasse, nosso rating tem avaliação A+ do Fitch Rating, mantemos canais de comunicação formal de toda natureza com o sócio, e ainda temos a Agência Nacional de Saúde fiscalizando rigorosamente o setor e a própria Unimed-Rio...

Em relação à Golden Cross, fizemos a compra de uma carteira com quase 200 mil clientes e injetamos mais de R$ 800 milhões no caixa da empresa e no patrimônio do sócio... Onde isso pode ser ruim para o negócio, principalmente considerando que compramos a carteira de um grande concorrente e aumentamos nossa participação de mercado em mais de 10%....

Finalmente, não há lei que proíba o cooperado de se candidatar a dirigir sua cooperativa, independente de suas funções associativas, sindicais ou de representação.  Essa é mais uma demonstração de desconhecimento desse colega...  Em sua própria chapa há ex-integrantes do Conselho Regional de Medicina, que só não estão lá hoje porque perderam a última eleição...

Terra - Quais são as suas principais propostas para os cooperados e para os clientes?

Celso Barros - 

Vamos ampliar nossa rede própria de atendimento, fortalecendo o hospital Unimed Rio e incorporando centros de diagnóstico e exames onde o próprio cooperado poderá realizar seus procedimentos, tendo com isso uma renda suplementar importante; planejamos chegar ao final de 2018 com 2 milhões de clientes, o que significa muito mais trabalho e renda para o médico, que continuará sendo o melhor remunerado, e vamos investir fortemente na qualificação profissional, oferecendo cursos inclusive em nível de MBA para que o médico aprimore ainda mais suas habilidades. Esses são apenas exemplos do que vamos fazer nos próximos quatro anos. 

Fonte: Artevista Comunicação, Assessoria e Empreendimentos Culturais Ltda - Especial para o Terra Artevista Comunicação, Assessoria e Empreendimentos Culturais Ltda - Especial para o Terra
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