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A irreverência de um campeão: "Deus é Coxa. Ele me ouviu"

12 out 2009 - 20h05
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Rafael Cammarota foi contratado pelo Coritiba em 1985. E, no mesmo ano, foi uma das peças fundamentais na conquista do Campeonato Brasileiro, com importantes defesas. A irreverência é uma das marcas do ex-goleiro. Se diz um dos nomes mais importantes do título e se coloca entre os melhores da história do time alviverde.

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Cammarota deixou o rival Atlético-PR para fazer história no Alto da Glória e garante que fez profecia ao trocar de clube, provocando o rival.

"Fui profético. Saí do Atlético-PR e disse que iria encerrar minha carreira no Coxa e que seria campeão brasileiro. E fui. Deus é Coxa. Ele me ouviu", afirma Rafael, em entrevista exclusiva ao Terra.

Apesar do grande carinho declarado pelo Coritiba, ainda guarda mágoas. Sem poupar palavras, o ex-goleiro fala de suas frustrações, glórias e do desejo de se tornar treinador do clube.

A caminhada pelo futebol paranaense deve ter início em janeiro. Rafael Cammarota está próximo de fazer um acerto com o Rio Branco, de Paranaguá.

A mágoa, com a saída do Coritiba em 1988, ainda é muito viva no ex-jogador. Há quem diga que foi ele quem não quis renovar o contrato. Mas Cammarota se defende e insiste em afirmar que foi dispensado em pleno auge no clube.

"Me deram um cartão de prata, agradecendo pelo que eu tinha feito. Mas eu estava sendo dispensado. Foi em 1988, a oposição tinha assumido o clube e estava me mandando embora", afirmou o ex-goleiro.

Confira na íntegra a entrevista:

Terra - Quando você chegou ao Coritiba e em que período defendeu o clube?

Rafael Cammarota - Cheguei em 1985, saindo do Atlético-PR como ídolo para ser também no Coritiba. Fiquei até 1989, saí e voltei em 1992, quando subimos para a primeira divisão novamente. Subi com o Atlético-PR em 1991 e com o Coritiba em 1992.

Terra - Ainda hoje é um grande torcedor? Qual é o seu clube de coração?

Rafael Cammarota - Em todos os times que joguei provei que tinha amor pelo clube, mas sempre tive um carinho especial, maior, pelo Coritiba. E também pela torcida, pelo que ela fez e faz por mim. Graças a Deus ainda sinto esse carinho.

Terra - Como foi sair do Atlético-PR e defender o Coritiba? Sofreu com o protesto da torcida?

Rafael Cammarota - Fui profético. Saí do Atlético-PR e disse que iria encerrar minha carreira no Coxa e que seria campeão brasileiro. E fui. Deus é Coxa. Ele me ouviu. Não conheço nenhum outro jogador que tenha saído do Atlético para entrar para a história no Coritiba.

Terra - Qual foi seu melhor momento no Coritiba?

Rafael Cammarota - Tive vários. Em 1985, 1986, 1988. Quando voltamos para a primeira divisão, em 1992. Quando fui campeão brasileiro. Não posso reclamar. Com eles tive um Brasileiro, Paranaense e consegui chegar à Seleção Brasileira.

Terra - E qual foi o seu pior momento enquanto defendeu as cores alviverdes?

Rafael Cammarota - A maior tristeza foi quando me deram um cartão de prata, agradecendo pelo que eu tinha feito, mas estava sendo dispensado. Foi em 1988, a oposição tinha assumido o clube e estava me mandando embora. Eu não jogava pelo Evangelino (Neves, então presidente). Eu jogava pelo clube e pela torcida, não pelo dirigente.

Terra - Para você, qual o maior jogador que passou pelo Coritiba?

Rafael Cammarota - Tiveram vários grandes jogadores. Fica difícil escolher um. Faço parte desse hall dos grandes jogadores. Mas enumerar fica difícil. Tivemos o Lela, Gomes, Tobby, Heraldo, Marildo. O que mais marcou foi o time de 1985. Na minha opinião, deu status ao Coritiba. Os atleticanos nos gozaram que fomos campeões em cima do Bangu e eles foram em cima do São Caetano. Tiveram a mesma trajetória.

Terra - E qual melhor elenco que você viu atuar?

Rafael Cammarota - Falam muito nos anos 70, mas não cheguei a jogar contra e nem com eles. Minha história começou em 1981. Gosto dos elencos de 1985, 1986, 1988 e 1992, que conquistaram alguma coisa. Fomos campeão paranaense em 1986, depois de sete anos de jejum.

Terra - Qual a partida que você não esquece, e por quê?

Rafael Cammarota - Contra o Sport e contra o Santos, no Alto da Gloria, no Brasileiro de 1985. Se empatasse com Sport e não vencesse o Santos não classificaria para a final. Ganhamos contra o Santos, aos 44min do segundo tempo. A final foi memorável, quase 100 mil pagantes. Era o Rio de Janeiro contra o Coxa. Nós contra tudo e todos e vencemos. Sou um dos responsáveis pelo título, mas o time todo é responsável. Me destaquei porque estávamos pressionados e fiz minha obrigação que era não tomar gol, mas a nossa defesa também era boa.

Terra - Qual avaliação você faz do time do Coritiba neste ano do centenário?

Rafael Cammarota - O Coxa joga bem o primeiro tempo, no segundo cai de rendimento. E também é difícil falar, porque não estou acompanhando o dia a dia. Mas no segundo tempo não rende o mesmo que no primeiro. Eu não estando aí no meio, não tem como falar, cabe a quem está dirigindo. Fico chateado por não terem conquistado títulos neste ano. O Coritiba poderia estar bem, mas a verdade é que todos os times do Paraná estão mal.

Terra - Você vai voltar a morar em Curitiba nos próximos dias. Quais os planos agora? Vai tentar uma aproximação com o Coritiba?

Rafael Cammarota - Quero ver se arrumo trabalho em Curitiba. Estou como treinador há oito anos e meu grande sonho é dirigir o Coritiba, mas depende da diretoria, se terei uma oportunidade. Deram para o Dorival Junior, que já jogou no Coritiba e outros vários que estavam começando a carreira e eu já estou neste caminho há quase 10 anos. Mas antes do Coritiba estou vendo outros caminhos. Estou quase fechando com o Rio Branco, de Paranaguá, para o Estadual 2010.

Terra - Você tem o sonho de dirigir o Coritiba. E se aparecer uma oportunidade de comandar o Atlético-PR, aceitaria prontamente?

Rafael Cammarota - Eu dirigiria qualquer clube, não posso escolher. Obviamente que meu carinho é maior pelo Coritiba. Espero que para o Paranaense eu consiga dirigir algum clube.

Rafael é um dos símbolos do Coritiba na conquista do Brasileiro de 1985
Rafael é um dos símbolos do Coritiba na conquista do Brasileiro de 1985
Foto: Helênicos / Divulgação
Fonte: Especial para Terra
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