Gobbi cita mancha na história corintiana e quer punição exemplar
O presidente do Corinthians, Mário Gobbi, afirmou nesta terça-feira que espera uma punição exemplar aos torcedores que invadiram o Centro de Treinamento do time no último sábado. Na ocasião, houve agressão a jogadores, furtos e danos ao patrimônio.
"(O que aconteceu) é uma mancha na história do Corinthians e do futebol brasileiro. Espero que todos sejam punidos exemplarmente", disse ele. Gobbi esteve pela manhã reunido com a Polícia Civil do Estado de São Paulo e à tarde com o Ministério Público. O presidente levou documentos às duas instituições para facilitar as investigações. Principalmente vídeos e fotos.
Segundo Gobbi, as provas são consistentes. "São fotos, nomes de testemunhas, de fatos, que vão dar suporte ao início do trabalho investigatório. Fechamos as duas pontas dos dois órgãos que tem a atribuição para apurar ilícitos que envolvem a praça esportiva, o futebol e torcedores", disse ele.
O presidente disse esperar que se identifique as pessoas que invadiram o Centro de Treinamento. "se possível indentifique a conduta de cada um separadamente. Uns invadiram só. Outros invadiram e furtaram. Outros agrediram, outros constrangeram. Que se identifiquem os autores e respondam processo crime e sejam punidos conforme a lei brasileira manda", afirmou.
De acordo com Gobbi, as imagens mostram os rostos de torcedores que estavam no CT e "não deveriam lá estar. Não há foto da agressão ao doutor Grava. Vai se buscar no âmbito das investigações (o responsável)".
O presidente corintiano se disse decepcionado com a postura de um torcedor, que chegou a ser preso em Oruro, na Bolívia, por conta da morte do adolescente Kevin Spada, vítima de um sinalizador. "Ele passou por uma experiência que deveria servir de exemplo. Até hoje não se descobriu quem foi que lançou o foguete que matou o Kevin", disse Gobbi.
Gobbi pediu ainda o auxílio à sociedade, que pode denunciar aqueles que estiveram no Centro de Treinamento no sábado. "Qualquer povo ao tomar conhecimento de um crime pode comunicar as autoridades. Tivemos ciência que no sábado houve o evento que vocês já sabem. Pegamos as provas possíveis, compilamos - isso é história no futebol, nunca foi feito. Fizemos representação na polícia e no MP para que se apure. É inédito no futebol. Tenho 52 anos e não me recordo. Entregamos a quem é de direito apurar e punir. Mostrar fotos não é mais do Corinthians. Demos tudo o que temos na apuração disso", acrescentou.
A Polícia Civil e o Ministério Público farão uma apuração conjunta sobre o que ocorreu, na tentativa de identificar os responsáveis. Gobbi disse que o clima no Corinthians, depois do ocorrido, é difícil. "(Os jogadores) estão traumatizados. Os que não moram no Brasil são os mais abalados. Apresentaram a carta à presidência ontem. Autorizei divulgar no site do Corinthians. Dei a minha palavra que faria o que estou fazendo hoje, além de outras medidas administrativas de caráter interno no âmbito do clube".
O promotor de Justiça Roberto Senise Lisboa, que recebeu Mário Gobbi no Ministério Público, afirmou que a promotoria do Consumidor, da qual ele faz parte, já propôs medidas judiciais anteriormente que envolvem as organizadas. "Vamos compartilhar dados com a polícia. É importante porque os dados que foram obtidos podem ajudar em outros casos envolvendo torcidas organizadas", encerrou.