Emerson recebe organizada, e Tite pede fim de "pano para manga"
Líderes de uma organizada estiveram no CT do Parque Ecológico nesta sexta-feira. Eles conversaram com Emerson a respeito da foto que o atacante publicou de um beijo em um amigo. Os dirigentes disseram estar representando os seus associados, que não gostaram da atitude do jogador.
Questionado sobre a imagem e sua repercussão, Tite preferiu não entrar em detalhes, mas confirmou ter tido uma conversa com o atleta - motivada também pelo chilique do atacante no momento de sua substituição contra o Coritiba. O principal recado foi na linha "vamos jogar bola, ô, ô, ô, ô".
"Espero que a situação não dê mais pano para manga. É ficar voltado ao seu trabalho, ficar dentro do campo. Essa é a nossa essência", afirmou o treinador, depois de resumir como foi o seu papo com o camisa 11. "De forma interna e direta. O torcedor pode ter certeza de que a gente não passa a mão por cima de erros, de situações disciplinares".
Depois de publicar a foto na qual beija Isaac Azar, Emerson causou revolta em parte da torcida corintiana e chamou o preconceito de "babaquice". No domingo, contra o Vasco, a não ser que tenha sido convencido do contrário pelos membros da organizada, usará chuteiras com os dizeres "fora, preconceito" e "gentileza".
Apesar das mensagens anti-homofóbicas do atacante, Tite disse achar provável que um jogador que assuma ser gay enfrente problemas no futebol. "Sem hipocrisia? Sim", comentou o gaúcho. "O que a gente não tem condição é de restringir oportunidades ou cercear a nossa liberdade total."
Ainda no tema preconceito, o treinador usou como exemplo a vida de Nelson Mandela, líder político da África do Sul. "Estou lendo a biografia dele. Quando estava no exílio, ele sofreu preconceito de um cara da mesma cor. O preconceito existe e não é só de cor. A gente deve ter muito cuidado e respeitar. Cada um tem seus valores, é hipocrisia dizer que não. O que não posso é prejudicar por ser diferente. Eu, sendo heterossexual, sou diferente do homessexual. Mas que (um jogador que assumisse ser gay) teria problema, teria".