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COLUNA DO INTERNAUTA
ODAIR DA SILVA
Quinta, 11 de janeiro de 2001
terraesportes@terra.com.br

Lamentável


O que mais se pode dizer do que ocorre em nossa justiça (?) desportiva?

A decisão tomada pelo Supremo Tribunal da área veio corroborar o que todos nós, míopes, já sabíamos: - Não houve culpados! Haverá outro jogo!

Todos os poderosos se curvaram diante do relatório do delegado da Federação em campo: - Não dava prá ver se quem estava brigando nas arquibancadas era da torcida do Vasco ou outra torcida (que outra?)... Ao árbitro coube relatar que tudo estava em ordem e que a partida poderia ter continuado. O resultado é que o maior culpado de tudo ou é o São Caetano ou o governador do Estado do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, que, "frouxamente", quis poupar algumas ínfimas vidas.

Estamos literalmente entregues à cega justiça, em todos os aspectos. Seja ela desportiva ou não, perdemos o conceito de justiça. Num país onde uns criminosos são diferentes dos outros, onde assassino diretor é diferente de assassino pé-de-chinelo, contrabandista federal é diferente de contrabandista dos morros, ladrão juiz é diferente de ladrão povão, justiça (na verdadeira acepção da palavra) é o que menos importa. O que importa é a condição social do infrator ou criminoso.

A solução para o jogo? Nova partida com promoção social de alguns políticos (1 kg de alimento); pagamento de campeão ao São Caetano, independente do resultado (R$ 400 mil) e a sua manutenção na 1ª divisão do malfadado futebol brasileiro. Pasmem! O Vasco, se for campeão, leva mais de R$ 4 milhões. Por que não dão este prêmio ao São Caetano? O torneio não é o mesmo?

Como tantos outros brasileiros já não acredito em mais nada. Justiça tem preço, e liberdade (ou título) também!

  Odair da Silva, 40 anos, é supervisor de vendas em Taboão da Serra (SP)

Já era esperado
CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA SOUZA
Terça, 9 de janeiro de 2001

A decisão do Clube dos 13 de realizar uma nova partida entre Vasco e São Caetano é mais uma demonstração de de que o futebol brasileiro chegou, de vez, às profundezas abissais do mar de lama em que se encontra, sem previsão de retorno à superfície.

Mais uma vez os dirigentes do futebol brasileiro se curvaram diante do poder que o senhor Eurico Miranda exerce sobre a cartolagem futebolística do país.

Imaginemos que o São Caetano fosse o clube que tivesse o mando de jogo na partida final, e acontecesse toda aquela tragédia de São Januário. Sem dúvida, o Clube dos 13 faria cumprir o regulamento, proclamando o Vasco da Gama campeão da Copa "João Havelange", pois o São Caetano seria o responsabilizado pela paralisação da partida.

Mas ainda resta um último suspiro do moribundo futebol brasileiro. Basta que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva faça cumprir as determinações do Código Brasileiro Disciplinar de Futebol e do regulamento da Copa "João Havelange". Se isso ocorrer, o São Caetano será proclamado campeão do pior e mais imoral torneio de futebol de todos os tempos.

  Carlos Alberto de Oliveira Souza, 38 anos, é sociólogo em Belém do Pará

Lamentável
RODRIGO FARNESI DE ARAÚJO
Terça, 2 de janeiro de 2001

Nestas últimas semanas, pudemos acompanhar a "novela" envolvendo o meia Alex, do Flamengo. O excelente jogador, de habilidade indiscutível e que cairia como uma luva no meio campo do time rubro negro ao lado de Petkovic, simplesmente vem se recusando a apresentar-se na Gávea.

A atitude do jogador é, no mínimo, lamentável, mostrando sua imaturidade e falta de profissionalismo. Alex é titular do time, recebe seus altos salários em dia, tem a simpatia dos torcedores, joga no clube de futebol de maior torcida do mundo, mas está insatisfeito.

E seria por qual motivo ? Pela falta de paixão que existe entre os atletas profissionais atuais. Vemos Mauro Galvão com quase 40 anos sempre disposto a entrar em campo e lutar por seu time. Romário exibe todo seu talento e brilha nos gramados, apesar de ter patrimônio suficiente para deixar de jogar futebol. Ronaldinho (o fenômeno), está "doido" para recuperar-se de sua contusão e retornar aos gramados.

Agora Alex não. Parece um menino mimado, alheio aos interesses do time de maior torcida de seu país, e ignorando um clube onde todos os jogadores de futebol sonham jogar. E o pior: sem qualquer motivo justo.

Foi bom acontecer tal fato neste momento, visto que jogadores sem motivação não interessam ao Flamengo. Só servem ao rubro-negro atletas que sintam orgulho em vestir a camisa do Flamengo e, sobretudo, respeitam sua imensa torcida. Para quem não se enquadra nestas características, mesmo que seja um craque como Alex, "a porta da rua é a serventia da casa".

Rodrigo Farnesi de Araújo é advogado em Araxá (MG)

As baixarias do senhor Eurico LUIZ OTÁVIO VIANNA
Segunda, 1 de janeiro de 2001

Lamentável a ocorrência no estádio São Januario. Mais lamentáveis ainda, ou melhor dizendo, vergonhosas, as manifestações e baixarias do senhor Eurico Miranda.

O nível do futebol brasileiro nos dias atuais foi muito bem representado por este dirigente do Vasco. Enquanto assistia pela TV a todo aquele tumulto, vendo "cartolas" e tantas outras pessoas absolutamente despreparadas para tomarem a decisão mais acertada, que seria exatamente a suspensão do jogo; enquanto tantos procuravam garantir espaço na mídia para destilar suas vaidades pessoais e arrogância, eu me perguntava: que país é este, onde a segurança de milhares de pessoas fica à mercê de caprichos pessoais?

Quando a TV dava conta de que o jogo recomeçaria; quando eu mais uma vez remoía por dentro uma sensação de impotência diante de tanta barbaridade, surge a notícia de que o governador do Estado do Rio de Janeiro determinara a suspensão do jogo. Senti um enorme alívio, uma satisfação mesmo, por perceber que nem tudo está perdido. Ainda que estes momentos sejam raros na vida nacional, vez ou outra, aqueles que detêm o poder constituído se deixam "iluminar" e tomam uma decisão correta.

Parabéns, governador. Prevaleceu o senso da responsabilidade. Venceu o compromisso com o público. (Mais ainda eu iria admirá-lo, se o senhor questionasse judicialmente o senhor Eurico Miranda pelas intempéries que disse a seu respeito).

Resta-nos torcer por todas as vítimas do acidente. Queira Deus que todas possam estar recuperadas no menor espaço de tempo possível.

Para finalizar, vai aqui um recadinho para os jogadores do Vasco, que ao final, como que para completar o espetáculo já tão grosseiro, julgaram-se campeões, dando a volta olímpica com troféu em punho. Senhores jogadores: é uma pena, mas profissionalismo não se compra no bar da esquina. Talvez por isso seja produto tão escasso nesse reduto.

  Luiz Otávio Vianna, 44, é administrador hospitalar em Bauru (SP)

Natal com presente de grego
Quarta, 27 de dezembro de 2000

Ainda não foi dessa vez que o Cruzeiro conseguiu emplacar o tão sonhado título brasileiro. No sábado, tudo parecia perfeito para a torcida cruzeirense sair do Mineirão comemorando o Natal por antecipação. Time jogando em casa, estádio lotado, vantagem do empate em até um gol e um adversário cansado, sem a menor obrigação de vencer.

Mas foi aí que Papai Noel apareceu trazendo um presente de grego: a maior qualidade individual dos jogadores vascaínos, que simplesmente entraram em campo desconhecendo o pseudo-favoritismo do time azul cindo estrelas. Por mais que o técnico Luís Felipe queira colocar a culpa da derrota na desobediência tática do time, não devemos desqualificar os méritos do Vasco. Foi a vitória do talento sobre o conjunto. Venceu quem tinha mais craques, mais jogadores com capacidade de definir a partida. A perfeita cobrança de falta de Juninho, a velocidade de Euller e o oportunismo de Romário superaram a garra e a boa vontade do time cruzeirense.

E lá se vai um segundo semestre traumatizante. Tanto na Mercosul quanto no Brasileiro, o Cruzeiro foi desclassificado em casa, diante de mais de sessenta mil cruzeirenses. Mas não se pode dizer que tudo foi perdido. Em primeiro lugar, estes fracassos serviram para mostrar que se o Cruzeiro quiser ser tri da Libertadores e Campeão do Mundo vai ter que colocar a mão no bolso. O time é bom, mas insuficiente para ser o melhor do mundo. Falta talento, falta o craque, falta aquele jogador que a torcida vai buscar no aeroporto e carregá-lo em passeata até a sede do Barro Preto.

Por outro lado, este segundo semestre também serviu para nascer um novo Cruzeiro. Um time com características nunca vistas até então. Um Cruzeiro aguerrido, com raça, com uma enorme capacidade de superação. Enfim, um time que nunca se entrega, que conseguiu viradas excepcionais. Uma equipe encarnada na figura do lateral Sorín, um argentino de puro sangue, símbolo da raça, que conquistou não somente a torcida do Cruzeiro, mas todos que gostam de ver um futebol bem jogado. Tomara que este espírito guerreiro continue ditando as regras na Toca da Raposa.

E agora a torcida brasileira fica perguntando? Vasco ou São Caetano? Quem vai levar a João Havelange? Aqui entre nós: um campeonato que nasceu de uma virada de mesa, desorganizado, com regulamento injusto, com baixo índice de audiência na TV e pouco público nos estádios pode até não ficar com o time do Vasco, mas que tem a cara do Eurico Miranda, isso tem.

Régis Souto

 

O talento brasileiro
Getúlio Mendes Maciel
Terça, 19 de dezembro de 2000

Talento. Essa é palavra que sintetiza a contribuição brasileira para o futebol mundial nos ultimos 60 anos.

Durante sua história, o futebol brasileiro apresentou um craque após o outro. Quando, ao final da década de 40, alguns poderiam pensar que, no Brasil, jamais viria a existir um novo Zizinho, eis que surge na década seguinte Didi, craque brillhante que moldou a forma de jogar das seleções de 58 e 62. Nesse periodo, desabrochou então um jovem garoto de nome Édson. Na ocasião, não se poderia imaginar o que seria seu futuro, e nem que seu apelido esquisito chegaria um dia a tornar-se mais notório que o nome "Coca Cola", e que seria o jogador mais premiado e homenageado de todos os tempos.

Paralelamente no tempo, no Botafogo, existia um ponta direita irreverente e bailarino chamado Manuel. Era conhecido como "Alegria do Povo" e só gostava de driblar pessoas com nome de "João". E em São Paulo, o grande Luisinho, "Pequeno Polegar", estava deixando o Corinthians. No seu lugar ficava o jovem Roberto que, dentre tantas outras coisas, tinha dribles curtíssimos e rápidos, chegando a popularizar o "elástico" e seu chute mortífero de canhota.

Pelé, Garrincha e Rivelino dispensam apresentações. Eu poderia continuar gracejando com nomes como Zito, Djalma Santos, Ademir da Guia, Tostão, Gerson, Jairzinho, Edu, Coutinho, Reinaldo, Falcão, Zico, Sócrates, Romário, apenas para dizer que depois daqueles craques, a fonte não secou e o Brasil continuou sendo um celeiro de grandes talentos, que foram essenciais para as conquistas que nos colocam na elite da elite do futebol mundial, sendo respeitados e temidos por todos os outros adversários e seleções nacionais.

Mas, hoje em dia, tal peculiaridade do jogador brasileiro parece estar sendo degenerada aos poucos em favorecimento do interresse financeiro, e por vaidades e caprichos de técnicos e dirigentes. Mesmo assim, acredito na vocação futebolística de nosso país e nas nossas tradições que leva milhares de garotos cheio de sonhos às "peneiras", e amantes do futebol aos estádios ou utilizarem-se de recursos de mídia (televisão, rádio e jornal).

Como não acreditar em Rivaldo, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Alex, Ricardinho, Vampeta, Roque Junior, Serginho, Émerson, Dida, Rogério Ceni, Júnior, Cesar Sampaio, Antonio Carlos, se eles são os únicos craques que nos restam??!!

Getúlio Mendes Maciel, 27, é bancário e estudante universitário em São Paulo

 

O "mico" da Fifa
ILAURO DE OLIVEIRA E SILVA
Sexta, 15 de dezembro de 2000

A mesma frase usada pelos argentinos ("maldita Fifa") para protestar contra a decisão da dona Fifa, quando esta resolveu dividir o prêmio de melhor jogador do mundo entre Maradona e Pelé, corrigindo, assim, o que seria o maior "mico" do futebol mundial em todos os tempos, poderia também ser usada pelos brasileiros para protestar contra essa absurda forma de escolher o melhor jogador do mundo pela Internet.

Só mesmo uma entidade como a dona Fifa poderia ter uma idéia dessas. Parece que deu um vento forte na Argentina e o tal pó preferido por Dieguito foi parar justamente no cérebro dos homens que comandam o futebol mundial. E o pior: parece que o tal pó também enlouqueceu toda a Argentina que, num inconsciente coletivo, passou de repente a acreditar que Diego Maradona pudesse ser realmente melhor que Pelé.

A pretensão de Maradona em ser melhor que o rei Pelé, é a mesma pretensão que tenho em ser mais bonito que Leonardo Di Caprio. A Fifa permitiu e a família de Maradona, ou seja, toda a Argentina, votou nele contra o "rei" e ele ganhou. Talvez se Hollywood permitir que minha família escolha entre Di Cáprio e eu, aí tudo bem, vou concorrer e vou ganhar.

Diego Armando Maradona, embora tenha jogado muita bola (de futebol), não chegou nem perto de Pelé. E nem de outros jogadores brasileiros e do mundo afora. Dizem até as boas línguas que realmente entendem do traçado que ele nem sequer foi o melhor jogador argentino.

Mas tudo bem! Que se matem os argentinos para saber quem foi o melhor jogador de seu país. De uma coisa nós brasileiros sabemos e o resto do mundo também: ele, Maradona, não foi, nem de longe, o melhor jogador do mundo.

Se a dona Fifa tivesse feito essa eleição escolhendo os melhores jogadores por décadas e não por um século inteiro, talvez aí sim o jogador argentino poderia ser escolhido como o melhor da década de 80. Mesmo assim teria que disputar com nomes de peso tipo Zico, Platini, Falcão e outros.

Pessoalmente acho que Reinaldo, centro-avante do Atlético Mineiro, jogou bem mais que Maradona. Para não falar de Zico. Mas isso é outra história.

Vamos deixar os argentinos sonharem. Sonhar não custa nada. Ou quase nada. Às vezes pode custar uma decepção. Faz parte da vida.

Por aqui também vamos sonhando. Sonhando com uma nova Fifa que não permita que gênios da bola como Pelé e tantos outros sejam submetidos ao ridículo de ter que provar a todo momento que jogaram o que realmente jogaram. Cada gênio em seu tempo e cada tempo em seu lugar. Que aprenda isso a Maldita Fifa.

  Ilauro de Oliveira e Silva, 27 anos, é estudante de História, Cachoeiro de Itapemirim (ES)

 

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