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Juarez Soares
Terça-feira, 08 Janeiro de 2002, 15h26
terraesportes@terra.com.br

Cabo eleitoral


Até que enfim chegou o grande dia. Esse início de ano, terça-feira, 8 de janeiro pode marcar a grande virada histórica do futebol brasileiro. Afinal, está marcada a emissão da medida provisória, que vai possibilitar a intervenção do governo na CBF. Isto significa dizer que Ricardo Teixeira pode perder seu cargo, desinfetar a área, para que o futebol brasileiro possa se reorganizar até a Copa do Mundo.

Como tudo no atual futebol patrício é muito nebuloso, não é fácil decifrar esse emaranhado político. Pelo Governo Federal, os aliados, como o ministro Carlos Melles, jura de pés juntos que com o acordo para “salvar o futebol”, Teixeira garantiu que deixaria o cargo, renunciaria ao posto. Acreditando no presidente da CBF, Pelé chegou até a beijar o antigo desafeto.

Ricardo Teixeira afirma que jamais prometeu deixar a CBF. Não é difícil perceber quem está mentindo. Na verdade, Teixeira apostou na impunidade. Ainda, agora pelo resultado da CPI – agoniza acreditando num milagre. Teixeira acredita que Joseph Blatter, presidente da Fifa, vai chegar ao ponto de ameaçar o Brasil, com a retirada da Seleção da Copa do Mundo, no caso da intervenção. O azar de Ricardo Teixeira é que o senador Álvaro Dias, presidente da CPI, tem o apoio de Pelé para explicar a situação a Blatter.

O presidente da Fifa vai ter que optar entre o inexpressivo cartola e o poderoso cabo eleitoral, que foi o maior jogador de futebol do mundo. Se Ricardo Teixeira se safar dessa situação, desmoraliza o ministro, Pelé, o Governo Federal e o diabo a quatro. Suponhamos que Texeira comande o Brasil na Copa do Mundo. Em caso de uma grande campanha, como a disputa do título mundial, ele voltará ao Brasil como um milagreiro, um interessante cabo eleitoral. Nesse caso, é provável que os políticos, inimigos de hoje, subam no mesmo palanque pedindo votos. Afinal, estamos em ano eleitoral para presidente da República.

Atenção: Este comentário foi escrito na esperança de que hoje realmente fosse um novo dia. Agora chega a notícia de que o Governo recuou. Não editou a medida provisória e o projeto corre o risco de ser abortado. Nesse caso a desmoralização será total. É realmente uma atitude política e que envergonha quem gosta de futebol. O Governo dá uma demonstração de ser fraco, frouxo, indeciso, e mostra que não tem o mínimo interesse de mudar a história do futebol no Brasil.

 

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