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Fernando Santos
Sábado, 27 Outubro de 2001, 21h32
terraesportes@terra.com.br

O mito e o mico


Da nostalgia à pancadaria. Do herói ao covarde. Assim, foi o histórico Fla-Flu, marcado pelo recorde não-oficial de pontos atingido por Oscar. O basquete brasileiro pôde viver, numa só partida, o que tem de melhor e pior.

Como bem disse outro mito, Wlamir Marques, hoje comentarista da ESPN Brasil, foi um jogo marcado por muitas irregularidades. Como as demoradas paralisações para homenagear Oscar. Afinal, tratava-se de um jogo oficial. E o Fluminense estava interessado em vencer. Se o Flamengo queria festa, que armasse o circo na Gávea.

Mas todo o espetáculo foi para o lixo pelas mãos de Marcelinho, do Fluminense. Um soco covarde em Pedro, reação a uma rixa antiga, expôs à realidade um jogo de fantasia. Com Oscar, o Brasil viveu alguns dos seus maiores momentos do basquete. Com Marcelinho...

O jogador do Fluminense pode até ser considerado um sucessor de Oscar. Pelo menos, tinha tudo para isso. Mas nos últimos tempos, ele mudou seu comportamento, vestiu a máscara da arrogância e a carapuça da incompetência.

Nada justifica a sua atitude antidesportiva e antiprofissional. Alguém que sonha em chegar à NBA pode agir assim? Só se quiser seguir os passos de Dennis Rodman.

Basta Marcelinho olhar para o outro lado da quadra. Oscar deve servir de exemplo não apenas para ele, mas para todos os que sonham em reerguer o basquete brasileiro. Oscar é um símbolo pela sua perseverança, pela sua vontade de vencer. Muita gente hoje age de forma oposta: parece disposta a acabar com o esporte.

Ninguém deve se surpreender com a maneira como terminou a partida. Foi ridículo ver o Fluminense perder com três jogadores em quadra. Como ridícula é a atual situação do basquete brasileiro. Talvez por isso tenha surgido um clima de nacionalismo em torno de Oscar. Muito mais de saudosismo. Isso mesmo: estamos é com saudade do basquete bem jogado, bem disputado e vitorioso. Adjetivos que sempre coroaram a carreira de Oscar.

O esporte brasileiro está carente de ídolos. O torcedor necessita de ídolos. Com o futebol em baixa, já se tentou criar mitos artificiais, como Rubens Barrichello. Na falta de alguém para ocupar o lugar de um Ayrton Senna, apareceu agora a oportunidade com Oscar. Se não é o ideal, pelo menos é o que temos.

E teve muita gente que viu nesta homenagem a Oscar uma oportunidade de ressuscitar o basquete. Deu no que deu.

Quanto ao recorde, bem, será sempre questionável. Mas isso não diminui em nada o que Oscar representa. O que ele não merecia era um final de jogo tão vergonhoso.

 

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