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Fernando Santos
Domingo, 21 Outubro de 2001, 19h23
terraesportes@terra.com.br

O Mão-Santa e o papa


O que há de comum entre o Mão-Santa Oscar e o papa João Paulo 2º? Os dois se recusam a aceitar a derrota para o tempo. Cada um em sua função, lutam com as forças que lhes restam contra a idade.

É difícil imaginar as razões que levam o papa a não renunciar. Mas o pessoal do Vaticano tem lá os seus motivos milenares. Quanto a Oscar, é fácil encontrar uma explicação: a sua obsessão por ultrapassar o recorde histórico de Kareem Abdul-Jabbar.

Salvo engano e uma polêmica estatística, Oscar ficou neste domingo a 35 pontos da marca mundial de Kareem, de 46.725 pontos. O Mão-Santa não aceita que exorcizem seus números, principalmente os do início da carreira. Mas nos últimos anos, pelo menos desde a época em que ele rompeu a barreira dos 40 mil, a contagem regressiva para o recorde começou.

E a cada partida, é mais nítida a intenção de Oscar. Por mais que o time do Flamengo se esforce em busca do título carioca, todos os companheiros parecem voltados a ajudar o cestinha a alcançar sua meta. Como neste domingo, na derrota por 110 a 95 para o Vasco.

Oscar ficou em quadra quase todo o tempo. Só saiu nos últimos três minutos, quando a reação era impossível. No time, ele tem uma única função: arremessar, de preferência de três pontos. Fez 27 contra o Vasco, e agora espera atingir o recorde no próximo sábado, contra o Fluminense.

É inegável a importância de Oscar para o basquete brasileiro. Da mesma forma que é incompreensível como os adversários pouco exploram suas deficiências. O veterano cestinha se arrasta na defesa, o que torna o time do Flamengo extremamente vulnerável. Nesta partida específica, o Vasco demorou para descobrir o caminho da vitória, nas jogadas de infiltração no garrafão, onde o Mão-Santa vive estacionado.

No ataque, Oscar faz o que sabe. Poupa energia na defesa para gastar o que resta no ataque. É mesmo difícil marcá-lo. Neste Carioca, sua média é superior a 30 pontos por partida. Claro que existem times de qualidade insignificante, e apenas Vasco e Fluminense podem servir de parâmetro. Mesmo assim, apenas ontem ele deixou de marcar menos de 30 pontos numa partida.

O final da carreira já poderia ter sido antecipado há dois ou três anos. Mas Oscar não dá a mão a torcer. Depois do fracasso na vida política e de ter disputado cinco Olimpíadas sem ter ganho nenhuma medalha, ele tratou de descobrir uma maneira de gravar seu nome na história. E isso será com o recorde de pontos, mesmo que contestado. Mas com a bênção de todos os que reconhecem seu valor no basquete brasileiro e mundial.

Amadorismo

Não poderia deixar de fazer duas observações sobre a partida entre Vasco e Flamengo: 1) o jogo foi emocionante, digno de duas grandes equipes, apesar de alguns problemas técnicos, irrelevantes diante de um belíssimo espetáculo; 2) uma pena que só meia dúzia de gatos pingados estavam no Maracanãzinho, em mais uma brilhante idéia de nossos dirigentes de realizar jogos nas manhãs de domingo.

 

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