Diz a manchete da seção de basquete do Terra Esportes: "Anunciantes ignoram o retorno de Jordan". Dois dias após o anúncio da volta do rei, o mercado publicitário norte-americano demonstra não estar recuperado das tragédias em Nova York e Washington. Mas a situação não é a mesma entre os torcedores. A corrida às bilheterias já começou.
Os fãs dos basquete já têm em mãos o guia da temporada 2001/2002: é a tabela com os jogos do Washington Wizards. Cada partida de Jordan será tratada como a aparição de um deus. E os primeiros sinais comprovam essa tendência.
Só em Washington foram vendidos 1.000 pacotes de ingressos para toda a temporada um dia após a divulgação do fax com o sim de Jordan. É natural que a cidade represente o maior reflexo desta romaria para ver o rei.
Mas o mesmo está ocorrendo nas outras cidades com times da NBA. Em Boston, por exemplo, já não há mais ingressos para os dois jogos contra o Wizards pela temporada regular. E não será surpresa alguma se o mesmo ocorrer em Chicago, onde Jordan construiu seu reinado.
Há situações curiosas para os menos avisados. Em Los Angeles, atual capital do basquete norte-americano (Lakers e Sparks são os campeões da NBA e da WNBA), há poucos ingressos disponíveis. Segundo o Los Angeles Times, restam pouco mais de 2.000 ingressos para a partida contra o Washington, em 12 de fevereiro, quando é esperado o duelo entre Jordan e Kobe Bryant. Todos os demais lugares do Staples Center, com capacidade para quase 20 mil pessoas, já estão vendidos para toda a temporada.
A expectativa pelo retorno de Jordan já mobiliza também a cúpula da NBA. Poucas horas após a confirmação de seu retorno, a liga já distribuía comunicado para os jornalistas que pretendem estar presentes no jogo de estréia, dia 30 de outubro, no sagrado Madison Square Garden, em Nova York.
O curioso é que a NBA não garante a nenhum jornalista que ele terá "visão para a quadra". A maior parte das credenciais será para uma sala no Madison, onde os jornalistas irão assistir ao jogo contra o Knicks pela TV. Isso mesmo: alguém aqui no Brasil pode se credenciar e ir aos EUA para ver o jogo na TV! É provável que nem haja acesso à sala da entrevista coletiva ao final da partida.
Não é difícil imaginar que os cambistas de NY estão ansiosos por essa partida. Anos atrás, era comum pagar até US$ 10 mil por um ingresso na primeira fila do MSQ para ver Jordan em ação. Afinal, ele sempre adorou o templo do basquete, e premiou o público com atuações antológicas. Neste dia 30, é o que se espera dele.
Portanto, a febre pelo retorno de Jordan já começou a contagiar muita gente. Se os anunciantes ainda não se tocaram, é provável que muitos publicitários serão demitidos em breve.