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Fernando Santos
Sexta-feira, 24 Agosto de 2001, 13h18
terraesportes@terra.com.br

Lições para Indianápolis


Como esperado, o Brasil cumpriu seu objetivo na Copa América. Conseguiu a classificação para o Mundial de 2002. Poderia ter sido menos dramática. O que se espera agora é que todo o sofrimento na distante Neuquén sirva de lição para Indianápolis.

1º) Não é possível continuar insistindo com Demétrius e Helinho. O primeiro já deveria ter sido banido da seleção há muito tempo. Contra a Argentina, ele conseguiu o empate, com uma cesta de três pontos. Uma cesta Ave-Maria. Contra Porto Rico, perdi a conta de quantos ataques ele desperdiçou. Cinco ou seis, pelo menos. Por pouco não comprometeu a vitória.

Demétrius é, no máximo, um razoável condutor de bola. Mas é péssimo nas assistências. Ele sabe como ninguém perder a bola no ataque. Um desastre. Helinho é menos pior. Pode ainda se tornar um bom reserva. Sua grande desvantagem é a baixa estatura.

E quem poderia ser o novo armador? Valtinho, que ficou de fora das últimas convocações, é uma opção. Mas há quem diga que existem razões obscuras dentro da comissão técnica que explicam sua ausência da seleção.

Acabo de receber um e-mail do internauta Rodrigo da Rosa Souto, que dá uma sugestão: o armador Guilherme da Luz, do Minas. "Considero o Guilherme um ótimo jogador, e já que a seleção está em fase de renovação, está mais do que na hora dele ganhar a sua chance na seleção adulta, pois com toda a certeza ele tem mais jogo que o Helinho e o Demétrius", diz o internauta. Não conheço esse jogador, mas fica aqui a sugestão.

2º) Está mais do que na hora de a seleção ter um padrão ofensivo. O técnico Hélio Rubens exige muito da defesa brasileira, mas não demonstra o mesmo empenho com o ataque. O que se viu na Copa América foi um ataque cada um por si. Sem jogadas ensaiadas, nada de articulações para explorar o potencial de arremessadores e dos pivôs. Assim, em cada partida, o Brasil contou com o empenho individual de diferentes jogadores para chegar à vitória. Foi assim com Marcelinho, Sandro Varejão e o pobre Helinho, superando-se, para a alegria do pai-treinador.

3º) Além de investir mais no ataque, o Brasil precisa de uma formação base. Num processo de renovação, é normal que o técnico Hélio Rubens faça inúmeras experiências. Isso provocou um rodízio além do normal na equipe. Os jogadores mal conseguiram ter um mínimo de entrosamento, o que refletiu na falta de opções ofensivas. A definição de um quinteto regular pode dar mais confiança e estrutura à equipe. Principalmente porque o Brasil não tem um time de estrelas. Pelo contrário, é um time, no momento, de jogadores médios, apesar do enorme potencial.

4º) A renovação já apresentou excelentes resultados. Os pivôs Nenê e Ânderson são, sem dúvidas, promessas de um futuro brilhante. Há muito tempo que o Brasil precisava de força no garrafão. Sem falar ainda em Sandro Varejão, o irmão de Ânderson, que cresceu nos momentos importantes, como na dramática vitória contra Porto Rico. A dupla de jovens pivôs, além do experiente Sandro, pode ser a chave para o sucesso, aliada a jogadores que sabem arremessar, como Marcelinho e Guilherme.

A classificação para o Mundial foi o primeiro passo no processo de reconstrução do basquete masculino brasileiro. A caminhada, porém, ainda é longa. Passa por Indianápolis, e tomara que chegue a Atenas.

 

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