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Fernando Santos
Sábado, 04 Agosto de 2001, 14h05
terraesportes@terra.com.br

Momento crítico


O chamado Projeto Atenas-2004 da seleção masculina de basquete vive o seu momento mais crítico. Está na hora de a comissão técnica tomar uma decisão: ou aposta na nova geração, cheia de promessas, ou joga mais uma vez suas fichas no grupo que acumulou fracassos desde a Olimpíada de Atlanta.

A convocação do ala Rogério, recém operado, revela que o técnico Hélio Rubens ainda não decifrou esse dilema. Ele dá mostras de investir no processo de renovação, mas acaba insistindo com os jogadores teoricamente mais experientes, mas derrotados nas últimas competições. Talvez falte ao treinador a coragem necessária de dar oportunidades reais aos jovens, e deixar de lado, de uma vez por todas, a primeira safra da era pós-Oscar.

E ninguém mais representa tão bem esse período como Rogério. Ele chegou a ser apontado como o sucessor de Oscar. Mas ficou muito de longe de tamanha honraria. Sem dúvida, Rogério é um jogador acima da média, o que no momento do basquete brasileiro não significa muita coisa. Ele já teve oportunidades para provar sua capacidade, mas nunca esteve à altura de fama internacional.

Muito menos agora, quando é chamado após deixar a mesa de cirurgia, para cuidar de uma lesão no joelho direito. O próprio Rogério reconhece que está em forma física bastante limitada: "Minha recuperação está sendo boa. Fiz bastante fisioterapia e não sinto mais dor alguma. Já estou correndo e fazendo musculação. Talvez eu não esteja na minha melhor forma física para disputar a Copa América (de 16 a 26 de agosto, na Argentina), mas espero estar em condições para ajudar a seleção", declarou o jogador ao diário LANCE!.

Com Rogério, as oportunidades aos novos jogadores serão ainda menores. Além dele, a seleção conta com "veteranos" como Helinho, Demétrius e Vanderlei, que tendem a ter maior tempo em quadra. Assim, novatos como Marcelinho, Guilherme e Márcio, todos de enorme potencial, correm o risco de mofar cada vez mais no banco de reservas.

A questão que se coloca não leva em conta o aproveitamento da seleção apenas para a Copa América, que é classificatória para o Mundial de 2002 nos EUA. A classificação é importante para dar maior confiança ao plano de recolocar a seleção masculina na Olimpíada, esse sim o grande objetivo.

Então, eis a situação em que se coloca a atual comissão técnica. Ao apostar nos chamados veteranos da era pós-Oscar, a seleção estará dando uma cartada decisiva e arriscada. Um novo fracasso não será surpresa alguma, enquanto o sucesso é como jogar na Mega Sena. E, desta vez, não se poderá depositar a responsabilidade nos jogadores, mas em quem os escolheu.

Já a aposta na nova geração não significa risco algum. Afinal, os novos jogadores estão em melhor forma física e técnica, representam a escolha natural. E mesmo que não consigam a classificação, terão ganho na Copa América enorme experiência para a disputa do próximo Pré-Olímpico.

Então, Hélio Rubens, é hora de jogar a sua cartada decisiva.

 

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