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Fernando Santos
Segunda-feira, 30 Julho de 2001, 15h12
terraesportes@terra.com.br

Os erros de Hélio Rubens


O técnico Hélio Rubens não pode ser totalmente culpado pela derrota do Brasil na final do Sul-Americano para a Argentina. Mas ele teve grande participação no resultado, ao escalar mal a equipe inicial, ao errar no rodízio de jogadores durante a decisão e, principalmente, ao perder a cabeça no final, tentando jogar toda a responsabilidade na dupla de arbitragem.

Hélio Rubens acertou ao levar para o Chile uma seleção jovem. Mas, pelo menos na partida decisiva, aproveitou pouco esse potencial. E não era apenas uma questão de garantir experiência a essa nova geração. Afinal, o título era importante, mas o fundamental foi a classificação para a Copa América, seletiva do Mundial de 2002 em Indianápolis. A questão era que a molecada estava muito melhor do que a antiga e surrada velha guarda.

Assim, não dá para entender a opção do treinador de começar a final com Vanderlei, Helinho e Demétrius. Três veteranos, sendo dois armadores, que passaram quase todo o primeiro quarto batendo cabeça e desorganizando as jogadas ofensivas. Vanderlei foi um mico no ataque e um desastre na defesa. No final do jogo, quando deveria estar sentado no banco, cometeu duas faltas que, essas sim, custaram o resultado.

Com Marcelinho e Guilherme, que só entraram no segundo período, o Brasil foi outro. Com os dois, a seleção brasileira não só virou o placar como dominou a partida. Guilherme só errou um arremesso, mas mesmo assim não foi suficiente para se manter na equipe. No quarto decisivo, a dupla ficou de fora. Só nos instantes finais, no desespero, foi utilizada. Qual a explicação?

Essa é a pergunta que gostaria de fazer a Hélio Rubens. Com Guilherme e Marcelinho, o Brasil sempre esteve à frente da Argentina. Por isso, não dá mesmo para entender a ausência dos dois nos instantes finais. Sem contar nos instantes iniciais! Esses foram os grandes erros de Hélio Rubens na partida.

Culpar a arbitragem por não dar uma falta clara em Marcelinho, que daria ao Brasil três lances livres que poderiam resultar no empate a poucos segundos do fim, é uma maneira fácil de tirar o corpo fora. Como fez na convocação, Hélio Rubens deveria ter ousado mais nesta final. O título seria importante para dar mais confiança ao grupo, que terá um verdadeiro desafio pela frente, na Copa América, em agosto.

Essa seleção mostrou no Sul-Americano enorme potencial. Marcelinho e Guilherme não podem, jamais, ficar no banco. As maiores surpresas, e boas, foram os pivôs Ânderson e Nenê. Garotões que enchem de expectativa os mais céticos.

Talvez a derrota tenha tido um lado bom: o de evitar o entusiasmo exagerado, ainda mais nos jovens jogadores. Ganhar é sempre melhor, não resta dúvida. Mas é importante que esse grupo tenha consciência de suas prioridades. A maior delas não é ganhar esse Sul-Americano, mas sim conquistar a classificação para o Mundial dos EUA. E a tarefa não será fácil, a começar pelo grupo da primeira fase que, além dos norte-americanos, inclui os mesmos argentinos, que estarão jogando em casa, além da Venezuela e do Uruguai.

Contra adversários tão perigosos, o Brasil não poderá se dar ao luxo de cometer tantos erros como na decisão deste domingo em Valdivia. Hélio Rubens ainda tem crédito. Mas um novo fracasso (fora do Mundial), acumulado com o fiasco no último Pré-Olímpico, não será fácil de engolir. E a renovação, talvez, não tenha que ficar restrita aos jogadores.

 

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