Mais do que um balão de ensaio, o que Michael Jordan precisa agora é
de um balão de oxigênio. Sua atividade como cartola do Washington Wizards há
muito tempo está na UTI. O rei do basquete não passa de um plebeu como
dirigente.
Não é preciso ir muito longe para descobrir as trapalhadas de Jordan.
O seu time é o segundo pior de toda a NBA, com 14 vitórias e 48 derrotas
(até esta quarta-feira). Só está à frente, por coincidência, do "seu"
Chicago Bulls, com quatro vitórias a menos.
É verdade que MJ encontrou um time esfarrapado e cheio de problemas,
principalmente salariais. Mas as mudanças feitas por Jordan têm se revelado
um desastre. Ele dispensou o ala-pivô Juwan Howard, que, de fato produzia
muito pouco em Washinton. Howard, porém, se tornou o cestinha do Dallas
Mavericks nas últimas rodadas e pode até levar o time aos playoffs. O que
mostra, no mínimo, que estava sendo mal utilizado na capital americana.
Neste fundo do poço, surgiu a especulação sobre mais um possível
retorno de Jordan. E não veio de um lugar qualquer, mas da respeitada
revista Sports Illustrated, a Times dos esportes. A projeção feita por um de
seus colunistas era de que Jordan teria 90% de chances de voltar.
O rei negou e repetiu a frase que tem usado com frequência. Como uma
vez ele disse que não voltava e voltou, agora prefere dizer que está 99,9%
aposentado. Esse 0,01% é que abre margem para os boatos. Mas não é isso que
Jordan precisa. Ele necessita de uma assessoria administrativa competente
para colocá-lo no caminho certo como dirigente. Ou poderá ter o mesmo
destino da época em que se arriscou no beisebol: a segunda divisão.