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Fernando Santos
Domingo, 11 Março de 2001, 17h11
terraesportes@terra.com.br

Maior que Oscar


Não vi Algodão jogar. Nem em videotaipe. O máximo que vi foram fotos amareladas. Mas pelo currículo, não tenho dúvidas: Zenny de Azevedo, o Algodão, foi mais importante para o basquete brasileiro do que Oscar Schimdt. E, mesmo assim, foi enterrado como um indigente do esporte.

Campeão mundial em 1959 e duas vezes bronze em Jogos Olímpicos (Londres-48 e Roma-60). Nem é preciso lembrar das quatro participações em Olimpíadas e das três em Mundiais, além de outras três medalhas de bronze em Pan-Americanos. O que mais um deus das quadras precisa?

Uma das frases célebres de Oscar seria suficiente para encerrar a discussão: "Daria qualquer coisa por uma medalha olímpica". Algodão, lembro, morreu com duas. O Mão Santa esteve em cinco Olimpíadas, um recorde, mas em nenhuma delas conseguiu o precioso "souvenir".

A grande diferença entre eles é de época. Algodão não tinha a sua disposição a TV, com transmissões ao vivo, nem uma mídia que hoje acompanha até arremesso de pneu. Oscar tem a seu favor as imagens do histórico título do Pan de 87 em Indianápolis e de suas participações olímpicas. Tem ainda um recorde invejável de pontos, talvez o maior cestinha de todos os tempos fora da NBA. Mesmo assim, suas conquistas estão atrás das de Algodão.

A comparação entre eles, neste momento, tem um único sentido: comprovar o descaso como os ídolos do esporte são tratados neste país. Nenhum dirigente da Confederação Brasileira de Basquete, segundo a agência Lance!Sportpress, esteve no enterro de Algodão. Repito, nenhum. A mesma entidade que elegeu o ex-jogador como um dos cinco maiores de toda a história do basquete brasileiro. Imperdoável!

Não é à toa que o basquete no Brasil está na situação atual. Não bastasse a incompetência administrativa, não existe nem mesmo respeito à memória daqueles que construíram o esporte, hoje nas mãos dessa gente. Por isso, vale frisar a declaração dada por Alexey, jogador do Botafogo: "O Oscar deve tomar cuidado. Ele é um monstro sagrado hoje, mas vai ser esquecido, como foi o Algodão. O que adianta fazer tanto e no final não ser reconhecido?"

 

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