Esse sempre foi um assunto polêmico na NBA. A liga
ainda não consegue se afastar da imagem de encobrir
casos de doping. E até quando se esforça, comete erros.
Pelo menos, isso é o que pode ter acontecido com o
polêmico ala Isiah Rider.
O jogador do Los Angeles
Lakers foi suspenso por cinco jogos, acusado de
ter "violado" as regras de doping da NBA.
A liga não explicou que tipo de violação ocorreu.
Rider negou que tenha dado positivo em algum exame.
Aliás, disse que nunca foi flagrado. O problema dele
são, digamos, as más companhias. Quando jogava no
Atlanta, foi acusado pelos próprios companheiros de
fumar maconha. Daí, a imagem de encrenqueiro.
Para limpar a barra, Rider fez questão de convocar
uma entrevista em Los Angeles para tentar esclarecer o
caso. Ele diz que se recusou a participar do programa de
recuperação aos drogados instituído pela liga. Claro,
como nunca foi pego nem se considera um viciado, ele não
participou. Resultado: gancho e corte no pagamento.
Outro jogador de Los Angeles, o pivô Lamar Odom,
do Clippers, também sofreu a mesma punição.
As duas atitudes acontecem uma semana depois da
divulgação de uma ameaça feita pelo Comitê Olímpico dos
EUA. Os jogadores da NBA estariam correndo risco de não
disputar a próxima Olimpíada justamente por não serem
incluídos nos testes antidoping dos demais atletas norte-
americanos.
Nos anos 70, a NBA sofreu com a imagem de uma
liga de atletas degenerados e viciados em drogas. Uma
espécie de esporte marginalizado, que nos anos 80 mudou
completamente, com o surgimento de deuses como Michael
Jordan, Magic Johnson e Lari Byrd, acompanhado de um
magnífico trabalho de marketing e publicidade.
Mesmo assim, hoje é difícil convencer que os
atuais astros da liga estão acima de qualquer suspeita.
Os exames antidoping ainda são raros. Para os veteranos,
só acontecem antes do início da temporada, e assim mesmo
só para detectar esteróides e heroína. Os rookies,
novatos, sofrem um controle um pouco mais rigoroso:
podem ser testados ao longo da temporada.
Com tantas brechas, não é surpresa que, uma hora
ou outra, a liga encontre alguns Cristos para mostrar
que sua política está em vigência. É preciso muito mais
para a NBA ter o devido respeito dentro do rigor
antidoping do mundo esportivo.