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Fernando Santos
Terça-feira, 04 Setembro de 2001, 15h43
terraesportes@terra.com.br

Reação mexicana


Após relatar o drama do início do novo século, com equipes paulistas (Santo André e Jundiaí) sendo fechadas por falta de patrocínio, essa coluna recebeu uma mensagem que mostra bem o drama que afeta não os clubes, mas os jogadores, que são as maiores vítimas dessa estrutura falida. A carta foi enviada pelo ex-jogador Marcelo Chagas, o Mexicano. O relato abaixo é mais do que um desabafo, mas uma prova viva da dura realidade do nosso basquete:

"(...) Já fui jogador profissional, se é que aqui no Brasil podemos chamar os basqueteiros de profissionais, com exceção de alguns. Mas conseguia viver do basquete. Infelizmente rompi o tendão patelar a uma semana do início do Campeonato do México e acabei abrindo um bar aqui na cidade de Jundiaí chamado "Café Tequila".

"Tive técnicos como Dodi no Sírio, Edvar no Monte Líbano, Lula no Palmeiras e Hebraica e o mestre Vlamir Marques. Hoje, com 31 anos, continuo vendo as mesmas pessoas, os mesmos jogadores e as mesmas trapalhadas das federações."

"O que mais me chamou a atenção da sua coluna foi com relação à Karina, a qual é citada com sofrimento e como uma pessoa que faz tudo pelo basquete. Com o pouco contato que tive aqui com as jogadoras, posso assegurar que a única beneficiária nesse vai e vem de patrocinadores é esta pivô que, para mim, pelo fato de ser uma dirigente ao mesmo tempo, não está jogando nada e, como administradora, diretora, técnica etc... do time de Jundiaí, vale ressaltar que ela é péssima, péssima com as suas companheiras também, que não podem nem abrir a boca, pois a patroa joga junto. O Barbosa a mesma coisa, pois com a falta de times (daqui a pouco só haverá a seleção) e de alguém que banque o seu salário, melhor deixar o barco correr, só sei que para a cidade de Jundiaí o basquete da Karina e seu time não trouxeram nenhum benefício."

"Quanto ao basquete masculino só posso dizer que nem no Campeonato de Pré-Veteranos (se é que podemos chamar de pré-veteranos jogadores de 25 anos) existe organização, espírito esportivo e honestidade. Pois os times da capital (aqueles museus que você chamou na sua coluna) insistem em tapetão e coisas do tipo para prejudicar uma ou outra equipe. Cito isso porque na minha época de juvenil, 12 anos atrás, existia e com certeza ainda existe aquela condição de que filho de diretor, parente, conhecido etc... tem preferência para estar na equipe. Com isso vários jogadores do interior e mesmo da capital acabam desistindo deste esporte maravilhoso que bem poderia estar mais dentro de cada brasileiro."

Esta aí um depoimento claro do momento crítico de nosso basquete. Que mostra não apenas as dificuldades dos clubes, mas, o que é muito mais importante, dos atletas. Afinal, sem eles, o que seria de nosso esporte? Aproveito para deixar esse espaço livre caso a jogadora Karina e o técnico Antonio Carlos Barbosa, citados no texto, queiram dar a sua versão. Ou para alguém que tenha alguma solução para o futuro do nosso pobre basquete.

 

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