Afirmar que Kobe Bryant, aos 22 anos, é melhor
do que foi nessa idade Michael Jordan rendeu a essa coluna diversas
críticas de internautas. Ok, respeito a opinião contrária, mas continuo
acreditando que o futuro rei da NBA veste a camisa 8 amarela e violeta.
E foi assim, com status real, que Kobe Bryant
entrou no novo século, eleito o melhor jogador do mês de dezembro
do campeonato. Com mais de 30 pontos de média por partida e líder
entre os cestinhas, ele mereceu o prêmio.
Para comemorar a escolha, Bryant brilhou quase
que solitário na estranha vitória do Lakers sobre o Utah Jazz, na
noite de terça-feira, em Los Angeles. O jogo foi mesmo pra lá de
esquisito. Para ter uma idéia: no intervalo, o Lakers vencia por
míseros 33 a 28.
Foi um festival de erros. Até bandejas fáceis,
sem marcação, foram desperdiçadas. John Stockton e Karl Malone tiveram
uma de suas piores atuações na carreira. O Lakers conseguiu se manter
à frente do placar graças à força de Shaquille O'Neal, que dominou
o garrafão, tanto na defesa quanto no ataque. Até ser eliminado,
com seis faltas e duas técnicas, a seis minutos do final.
Com Shaq anulando as jogadas de garrafão do
Jazz, sobrou espaço para Kobe brilhar. Ele ficou, mais uma vez,
acima de sua média, com 31 pontos, e foi o responsável por duas
enterradas geniais. Na primeira, ele invadiu por baixo da cesta,
evitou a marcação de Greg Ostertag e, de costas, cravou a bola.
No final da partida, ele recebeu um passe preciso de Isaiah Rider
para um ponte aérea, qua liquidou com a última reação do time de
Salt Lake City.
Foi uma pequena, mas significante demonstração
do talento de Bryant. Gostaria de insistir: ele tem só 22 anos,
já conquistou um título de campeão, não terá mais a pressão de ter
de provar sua capacidade a cada temporada. O caminho está aberto
para o primeiro reinado deste milênio.