Essa coluna é dedicada a dois internautas,
ambos chamados Marcelo, a quem agradeço pela audiência. Ao primeiro,
Marcelo Lewkowitz, devo mais do que um agradecimento, mas um pedido
de desculpas, por um erro grosseiro cometido na coluna "Melhor que
Jordan".
O erro, caro Marcelo, infelizmente para você,
não foi ter considerado Kobe Bryant melhor do que Michael Jordan
aos 22 anos. Uma questão polêmica, sem dúvida, mas que este colunista
não quis se posicionar em cima do muro, nem se aliar à viúvas do
rei. O erro, grave, foi quando disse que, nessa idade, Jordan ainda
era um astro universitário.
Mais uma vez, mês desculpo com o senhor Lewkowitz
e com os demais internautas. Como bem observou o atento leitor,
naquela época, em 1985, Jordan já estava no seu segundo ano como
profissional do Chicago Bulls, um ano difícil, devido à mais grave
lesão de sua carreira, com uma fratura no pé.
O internauta, que não aceita a defesa de Bryant,
lembra com precisão os primeiros números da carreira de Jordan:
média de 28.2 pontos em seu primeiro ano no Chicago, contra 22.7
no segundo, quando sofreu a contusão, mas que chegou a 43.7 nos
playoffs. Uma marca digna de um rei.
Naquela época, Jordan não tinha um time suficiente
para levá-lo ao título. Algo que Bryant soube desfrutar bem na última
temporada, ao lado de Shaquille O'Neal e do técnico Phil Jackson.
Por tudo isso, por ter conquistado um título tão cedo e pelo que
está jogando, acredito que Kobe tem, aos 22 anos, mais jogo que
Jordan na mesma idade. E uma oportunidade rara de superar, ao longo
da carreira, o próprio rei. Algo que não se encerra aqui. Pelo contrário,
será tema de muitas e muitas discussões, algo como quem foi melhor,
Pelé ou Maradona.
O outro internauta a quem gostaria de agradecer
é Marcelo Picka. Ele não concorda quando escrevi que o Vasco termina
o século como a maior potência do basquete brasileiro. Ele cita
os exemplos de Sírio, Monte Líbano e Rio Claro que, de fato, foram
grande potências, mas hoje, caro Marcelo, é preciso admitir que
não passam de peças de museu.
Foram clubes brilhantes, que conquistaram
títulos importantes, mas infelizmente não deram continuidade ao
trabalho. Algo que o Vasco se propos a fazer. Deixei claro naquela
coluna que não considero o plano vascaíno como o ideal. Afinal,
é fácil montar times fortes com dinheiro de patrocinador. O duro
é transformar isso num projeto a longo prazo, como faz brilhantemente
a cidade de Franca.
Mas essa é a realidade do nosso basquete no
final do século 20, refém de patrocinadores. O Vasco promete não
se dedicar apenas aos times de ponta, mas formar uma escola, como
faz no futebol. Todos nós torcemos para que isso possa ser uma luz
para o futuro de nosso basquete. É, no momento, o que temos de melhor.
O que não significa que seja o melhor de todo o século.