Clubes europeus articulam criação de 'superliga'
A Uefa, no entanto, planeja aumentar repasses para barrar ideia
A plataforma "Football Leaks" revelou que a Uefa quer aumentar os repasses financeiros a 16 clubes europeus para evitar que eles formem uma "superliga" multinacional destinada a suprimir as competições continentais, como a Liga dos Campeões.
Segundo uma "declaração de intenções" obtida pela investigação, o torneio começaria na temporada 2021 e envolveria 11 clubes da Uefa, que não poderiam desistir por pelo menos 20 anos. Outros cinto times seriam agregados à "superliga" como "convidados iniciais".
Os 11 "fundadores" do torneio seriam Real Madrid e Barcelona, da Espanha; Juventus e Milan, da Itália; Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City e Manchester United, da Inglaterra; Bayern de Munique, da Alemanha; e PSG, da França.
Já os cinco convidados seriam: Inter de Milão e Roma, da Itália; Borussia Dortmund, da Alemanha; Atlético de Madrid, da Espanha; e Olympique de Marselha, da França. A ideia da "superliga" teria surgido em função da previsibilidade das ligas nacionais na Europa.
A Itália, por exemplo, tem a mesma campeã, a Juventus, há sete temporadas, enquanto o Bayern é o atual hexacampeão alemão. Na França, o PSG ganhou cinco das últimas seis edições da Ligue 1. Já na Espanha, Barcelona (nove) e Real Madrid (quatro) conquistaram 13 vezes a liga nacional nas últimas 14 temporadas.
Para barrar o projeto, no entanto, a Uefa estuda uma mudança na distribuição de repasses aos clubes da Liga dos Campeões que garantiria 150 milhões de euros a mais por temporada para as equipes mais fortes. Por sua vez, os times da Liga Europa perderiam quase 60 milhões de euros em receitas.
A plataforma "Football Leaks" também acusa a Uefa de ter feito vista grossa para violações do fair play financeiro cometidas por Manchester City e PSG, evitando punições que pudessem excluí-los de competições europeias.