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Estreia da NBA no Brasil tem vaias para Nenê e show de entretenimento

A vitória do Chicago Bulls sobre o Washington Wizards (83 a 81) trouxe a real experiência da maior liga de basquete do mundo, mesclada com os nossos próprios problemas

12 out 2013 - 21h00
(atualizado às 22h33)
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<p>HSBC Arena foi palco de Bulls x Wizards neste sábado</p>
HSBC Arena foi palco de Bulls x Wizards neste sábado
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Quando o futuro comissário da maior liga de basquete do mundo, Adam Silver, adiantou em conversa com os jornalistas que "a experiência da NBA é mais do que um simples jogo", obviamente ele não só tinha noção da amplitude do negócio que passa a dirigir soberano a partir de fevereiro de 2014, no lugar de David Stern: o potencial do emergente mercado brasileiro "líder na América do Sul".

A primeira partida oficial da liga americana no Brasil, entre Chicago Bulls e Washington Wizards, realizada na HSBC Arena, na zona oeste do Rio de Janeiro, na tarde deste sábado, pode não ter sido um duelo da temporada regular, mas provou que Silver tem absoluta razão: existe público para que a NBA avance ainda mais no mercado nacional, e o entretenimento envolto na atuação dos atletas é, para quem paga caro o ingresso, um elemento a mais de diversão.

O que o atual vice-comissário não esperava, no entanto, era a reação do público aos nossos próprios problemas, sejam eles de caráter estrutural ou mesmo de raiva para com quem deveria ser o grande astro do espetáculo: o pivô Nenê Hilário, do Washington Wizards, frequentemente vaiado durante todo o jogo - inclusive nos lances livres, quando parecia que atuava em solo rival.

Claro que existe a questão do pedido de dispensa do pivô em relação à equipe que fracassou ainda na primeira fase da última Copa América de basquete, eliminação vexatória que acendeu, mais do que nunca, o sinal amarelo para a questão que envolve a força de vontade dos atletas da liga em defender a Seleção Brasileira em contrapartida aos próprios interesses.

Sobrou até para Leandrinho, outro que pediu dispensa da equipe de Rubén Magnano e, ao ser anunciada a presença pelo mestre de cerimônias da partida, também não escapou das vaias. Na base do "uísque ou água de coco, pra mim tanto faz", a plateia não perdoou nem o "pobre" Naldo: apareceu no telão como celebridade (cadê o Jack Nicholson?) e... também foi vaiado.

Outro ponto a ser discutido, e que pode até ser abrangido para a cidade que receberá os Jogos Olímpicos em 2016 e necessita, urgentemente, de melhorias no sistema de transporte público, foi a dificuldade do público em chegar à HSBC Arena. O trânsito caótico, ainda mais comprometido pelas obras do sistema de BRT de ônibus que vão, segundo a prefeitura, aliviar os congestionamentos na região, fez com que a partida, iniciada às 18h05, contasse ainda com vários "buracos" nas arquibancadas.

Quem chegasse sem aviso pensaria até que o evento foi um fracasso de público. E não foi. Muita gente, inclusive, largou táxis e ônibus no meio do caminho e saiu correndo em direção ao ginásio - fato presenciado pela reportagem, que também ficou presa no enorme congestionamento que se criou na zona oeste do Rio.

<p>Cantor Naldo não escapou das vaias no RJ </p>
Cantor Naldo não escapou das vaias no RJ
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Entretenimento puro

Alheios aos problemas nacionais, os organizadores da NBA deram conta do recado, lembrando, mais uma vez, a frase de Silver de que as partidas da Liga são muito mais do que basquete. Envolvem, sobretudo, entretenimento. É interessante perceber que o barulho dos tênis derrapando nas quadras é ainda mais vibrante do que nas transmissões da TV.

Impressiona ainda mais a organização da Liga, que parece ter sempre uma carta na manga para entreter a audiência a cada pedido de tempo dos treinadores, a cada intervalo de jogo. Não faltaram os mascotes de cada time, interagindo com os espectadores, além das ações em que alguns torcedores são sorteados para tentarem a sorte (e brindes) em arremessos em quadra.

O show de enterradas também se mostrou bastante impressionante, sem importar o fato de serem auxiliadas por uma espécie de trampolim que alavanca o time de pseudo Harlem Globe-Trotters, e mascotes dos times, a uma altura impressionante.

Não faltaram também, por parte do torcedor, o famoso grito americano de "defense, defense", no que foi copiado legitimamente no pedido de os atletas se organizarem defensivamente diante da próxima ofensiva - a torcida, a todo momento, foi mais clara para o Chicago Bulls.

A cada pausa no jogo, os organizadores se agitavam com palmas rápidas para que as cheerleaders invadissem a quadra. Tudo bem que elas estão mais para o quesito americano de beleza - nem de longe se enquadram no esquema "popozuda". A proximidade com a quadra também chama bastante atenção - algumas cadeiras foram montadas bem ao lado da quadra, seguindo o padrão americano.

Aliás, por mais que não seja um jogo oficial da temporada regiular, Washington Wizards e Chicago Bulls, com enterradas fantásticas e ímpeto de querer vencer e mostrar ritmo, mesmo ao longo do confronto amistoso, levantaram os torcedores, que ainda viram a organização mandar um "Lelek, Lek, Lek" e o "Show das Poderosas" no sistema de som, mostrando, mais do que nunca, que gostaria de agradar. E gostaria de voltar o mais rápido possível para cá.

Como bem disse Oscar, o único ovacionado pela torcida, ao lado do lendário Scott Pippen, seis vezes campeão da liga na era Michael Jordan, "a NBA é vitrine e modelo para qualquer país que goste de basquete. É praticamente impossível fazer algo parecido com a NBA aqui no Brasil. Mas que a gente pode melhorar muito, a gente pode, basta olhar o sistema deles e tentar copiar". Assinado embaixo.

Fonte: Terra
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