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Inflação: a desculpa perfeita para descumprir o teto na F1

No meio das palavras ditas por Domenicali, Horner e Marko sobre o Teto Orçamentário de 2022, surge a desculpa para o estouro: inflação

20 abr 2023 - 10h05
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Largada do GP da Austrália: a corrida do Teto Orçamentário já começou
Largada do GP da Austrália: a corrida do Teto Orçamentário já começou
Foto: Pirelli Motorsport / Divulgação

Alguns dias atrás, escrevemos que a novela do Teto Orçamentário iria recomeçar. Dito e feito: toda a ladainha começa com gosto.

Como dito em coluna anterior, dia 31 de março foi o prazo final para que as equipes entregassem os relatórios financeiros de 2022 para análise da FIA. Para este ano, a entidade reforçou a equipe de fiscalização, juntamente com auditores externos.

A grande questão é que, depois da “quebra de limite” da Red Bull em 2021 e vendo o desempenho que a equipe teve em 2022 e agora, a percepção de muita gente é que a punição dada aos taurinos não impactou nos resultados e o “crime compensou” (falamos nisso aqui).

Com a entrega dos relatórios, a briga política teve começo. Christian Horner e Helmut Marko declararam que veem pelo menos 6 times descumprindo o teto e Stefano Domenicali se disse “mais do que nervoso” para que os resultados apareçam logo, já que ano passado os resultados apareceram somente em outubro.

Os comandantes da Red Bull foram mais além, dizendo que 6 times disseram nas reuniões da F1 que iriam estourar o teto. A grande desculpa para tal seria os índices de inflação. A Europa vem sofrendo com índices considerados altos, principalmente pelos preços de energia (efeitos colaterais do conflito Rússia/Ucrânia). O Reino Unido tem sido um dos mais afetados, agravado com os efeitos do Brexit (a inflação chegou a bater mais de 9% anuais).

As regras do teto orçamentário preveem o efeito da inflação. De acordo com o documento aprovado por todos, se a inflação anual dos países do G7 (Itália, Reino Unido, EUA, Canadá, Japão, França e Alemanha) passasse de 3%, haveria um reajuste. Tanto que os dados de 2021 tiveram uma correção de 3,1%.

Para 2022, a previsão era de um reajuste considerando os índices pegando o período de 2021 até 31 de março de 2022. Pelos números oficiais do FMI, que é definido como base de cálculo, a inflação anual chegou a 7,3%. Porém, se visto pelo que diz a regra, o pior período do aumento de preços não seria considerado.

O caso mais crítico seria o do Reino Unido, onde 7 das 10 equipes estão baseadas. A inflação em 2022 bateu 9,2%. Mas se considerarmos o período de 12 meses indo até março/22, o valor seria de 6,2%  

Pode parecer besteira, mas estamos falando da possibilidade de um reajuste de US$ 10 milhões ficar pela metade. Este seria o valor a ser corrigido caso o valor da inflação de 2022 fosse inteiramente aplicado. Aí sim haveria a desculpa mais do que perfeita para os limites estabelecidos não serem cumpridos.

Peguem a pipoca para os próximos capítulos da novela do Teto Orçamentário na F1...

Parabólica
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