F1:O fantasma da Williams 86 pode se repetir na McLaren 25?
Por enquanto, o campeonato de pilotos é da dupla da McLaren. Piastri pede passagem ou Norris consegue se impor? Williams 86 deixa o legado
Desde o ano passado, se fala que a McLaren precisa pensar grande. Aos poucos, o time foi juntando os fatores para ter sucesso: um carro veloz, uma dupla de pilotos jovem e capacitada e membros de valor. Mas era necessário montar um pensamento de time vencedor.
Este aspecto começou a ficar mais claro quando a McLaren mostrou que poderia ser vencedora e fazer a gestão de seus pilotos. Lando Norris é o que podemos chamar de "jovem veterano" e aparentemente teve a prioridade do time por este ponto. Só que na hora de brigar com Verstappen e também na aplicação das chamadas "Papaya Rules", a confiança foi para o vinagre...
Nesta temporada, a McLaren soube capitalizar a boa base anterior e foi mais à frente com o MCL39. Tendo a efetiva participação do ex-Red Bull Rob Marshall desde o início do conceito, o carro mostrou ser rápido desde o início. Embora não tenha marcado o melhor tempo na curta pré-temporada no Bahrein, o MCL39 entregou a possibilidade a Norris e Piastri de marcarem voltas consistentes a um ritmo muito forte.
Um dos ganhos da McLaren desde 2023 foi a gestão de pneus. Aos poucos, os técnicos foram trabalhando na suspensões e em outro ponto crítico : a resistência ao ar, criando arrasto excessivo. Combinados, estes aspectos fazem toda a diferença no desempenho. Desde 2024, o time evoluiu em gestão de pneus, tração (especialmente em curvas de baixa) e ganhou velocidade sem significar perda de apoio aerodinamico.
Outro campo que a McLaren ganhou foi Oscar Piastri. O australiano foi uma aposta firme de Zak Brown, o tirando da Alpine em uma jogada bem desenhada com o empresário do piloto, Mark Webber. Desde o início de sua atuação em 2023, o australiano mostrou que tinha velocidade, mas que precisava pegar experiência. E o processo foi se dando em 2024. Até que este ano, Piastri confirma a sua velocidade, mas que aprendeu a dosá-la e ganhou na administração de prova.
Ate aqui, a McLaren por um aspecto não pode reclamar: de quatro provas, venceu três (não contando a Sprint da China); tem uma diferença de 58 pontos para o segundo colocado nos Construtorese seus dois pilotos lideram o campeonato de Pilotos. Tudo certo, não?
Não é bem assim.
Norris, que deveria em tese ser o principal piloto, tem cometido erros que não se esperavam dele. Não à toa que muitos põem em xeque a sua capacidade de liderar o time e de ser efetivamente um contenedor ao título. Há uma linha surgida nas últimas semanas, com base em uma fala do próprio Norris, de que ele não tem se sentido à vontade com o comportamento do MCL39, o que tem feito não ter a performance que se esparava dele.
Enquanto isso, Piastri parece confirmar tudo o que se esperava dele desde as categorias de base. E já venceu mais do que Norris até aqui.
Ainda é cedo para a McLaren tomar partido de um lado. Mas logo começa a tomar forma o fantasma da Williams 1986 para dar aquele susto. Naqeuele ano, Nelson Piquet e Nigel Mansell brigaram ferrenhamente todo o ano e Alain Prost se aproveitou da situação para vencer o campeonato. A diferença é que, até aqui, não apareceu alguem com força para ocupar a posição de aproveitar esta briga interna entre Norris e Piastri. A expectativa que se forma é ver como a F1 ficará a partir do GP da Espanha com o aumento da fiscalização sobre as asas.
Os torcedores da McLaren torcem para que o time não derreta e chegue alguém correbdo por fora para vencer o título de pilotos. 2024 já foi uma mostra amarga deste quadro e se acredita que Zak Brown quer uma festa completa no final desta temporada e não um recolhimento de escombros...