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Atletismo

Ídolo do atletismo, Joaquim Cruz recorda conquistas no Pan

27 out 2023 - 11h19
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Nome histórico do atletismo brasileiro, Joaquim Cruz tem duas medalhas de ouro em disputas de Jogos Pan-Americanos. Ele ganhou a prova de 1500m em Indianápolis-1987 e Mar Del Plata-1995 e destaca os momentos inesquecíveis que desfrutou no evento.

Foto: Carol Coelho/CBAt / Gazeta Esportiva

"Foram muito especiais. No primeiro, marcou minha superação num momento muito difícil de saúde. Já o segundo, também foi de superação, mas venci pela obediência ao meu treinador, Luiz Alberto de Oliveira, que traçou uma estratégia e eu segui rigidamente", lembrou o ex-atleta, campeão olímpico em Los Angeles-1984 e prata em Seul-1988.

Joaquim Cruz explica que passava por uma situação difícil em 1987. "O ano de 1987 foi um pouco tumultuado. Voltava de uma cirurgia no tendão em 1986 e fui bombardeado por uma alergia em Eugene, no Oregon, onde morava, estudava e treinava. Desenvolvi uma tosse, que me deixou mal por algum tempo. Viajei para competir no Brasil e venci a prova. Em seguida fui correr em Estocolmo, na Suécia, e apaguei. Terminei a prova nos últimos 300 metros, praticamente caminhando. Passei no médico em seguida e ele diagnosticou uma bronquite crônica. Aí me deu remédios. Isso a cinco semanas do Pan", relatou.

O triunfo em Indianápolis, nos 1.500 m, veio com o tempo de 3min47s34. "Me maltratei mentalmente. Antes do aquecimento, disse comigo mesmo: chega, chega. Peguei minhas coisas e fui para a pista. Tive uma inesperada sensação de que iria vencer. O ritmo da prova foi perfeito, quase um trote. Garanti a vitória na velocidade no final."

Já o Pan-Americano de Mar Del Plata foi realizado no mês de março, um período em que os atletas não vinhamgaz na melhor forma. "Eu e o Luiz Alberto fizemos uma mudança de planejamento do trabalho. Estava confiante nos treinos e não em competições. Fui falar com o Luiz depois do aquecimento, numa área em que os treinadores têm acesso. Não tinha a mínima ideia de como correria. Pela primeira vez na minha vida fui no escuro. Ele deu a tática. A prova se desenvolveu da forma como o Luiz planejou. Executei do jeito que ele pediu. Temos de aplaudir sempre esse cara", disse, em homenagem ao seu treinador, durante toda a carreira, falecido em 2021 no Catar, em virtude de problemas renais, cardíacos e respiratórios.

Em Mar Del Plata, Joaquim garantiu o ouro com o tempo de 3min40s26. Nascido em Taguatinga, no Distrito Federal, em 12 de março de 1963, ele tem ainda a medalha de bronze no Mundial de Helsinque, em 1983, nos 800 m, e é até hoje recordista brasileiro e sul-americano da prova, com 1min41s77, marca obtida no Meeting de Colônia, da Alemanha.

No Pan de Santiago-2023, as disputas de atletismo vão ser realizadas a partir do dia 29, domingo.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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