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Goleada alemã faz brasileiro "virar casaca" na Vila Madalena

“Vai tomar no c...” durante o hino da Alemanha foi substituído, após a goleada sobre o Brasil, por abraços e pedidos de selfies com os alemães que estavam no local

8 jul 2014 - 20h36
(atualizado às 23h24)
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Assim como o desempenho do Brasil na Copa do Mundo, o humor do torcedor que foi à Vila Madalena (zona oeste de São Paulo) para acompanhar a semifinal entre a Seleção Brasileira e a Alemanha, nesta terça-feira, passou por uma espécie de transformação do 0 a 0 dos minutos iniciais ao fatídico e já histórico 7 a 1 que encerrou a partida.

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A torcida que lotou as ruas do bairro mais boêmio da capital paulista não poupou xingamentos ao rival logo no hino alemão, saudado com um pouco amistoso “vai tomar no c...”. Ao final do primeiro tempo, com uma goleada até então por 5 a 0, os poucos alemães presentes voltaram a se tornar alvo dos brasileiros – desta vez, porém, para abraços, cumprimentos e muitos pedidos de selfies. Valeu até declaração de preferência pela equipe do craque Tomas Müller na final.

“Estou até assustado com a quantidade de selfies que me pediram, mas achei legal que os brasileiros reconheceram que nosso time jogou muito e fez por merecer”, disse o jornalista alemão Phillip, 31 anos, de Dortmund. Ele e o professor Rico, da cidade alemã de Colônia, chegaram ao Brasil justamente nesta terça. “Agora, esperamos que essa torcida brasileira nos apoie na final – ainda mais se a disputa for contra a Argentina. Temos esperança nisso”, disse Rico.

Se depender dos brasileiros que foram à Vila Madalena – ao menos aqueles ouvidos pela reportagem -, torcida para a Alemanha é o que não vai faltar no domingo. “A Alemanha jogou muito, merece levar essa Copa. Só quem não pode ganhar é a Argentina. A Holanda talvez merecesse, mas só pelo Van Persie – ele é um gato”, definiu a analista de sistemas Tatiana Memede, 30 anos.

“Esse time do Brasil foi longe demais pelo futebol que estava apresentando. Eu mesmo me desfiz de todos os ingressos que tinha e, no domingo, sou alemão”, completou o também analista de sistemas Bruno Guedes, 29 anos.

Para o casal Alexandre Duran, empresário, 40 anos, e Daniela Trigo, psicóloga, 29 anos, o futebol apresentado pelos alemães durante a Copa teve mais apelo à classificação para a final que o do Brasil. “Um time que se classifica para a semifinal com dois gols de zagueiros (de Thiago Silva e Davi Luiz, sexta passada, nos 2 a 1 contra a Colômbia) tem algo de errado”, disse Daniela. “As escolhas técnicas do Felipão não foram as mais certas. O jeito vai ser torcer pelos alemães domingo”, completou o empresário.

Exceção entre a maioria dos brasileiros recém-adeptos da "germano-mania" na Vila Madalena, o analista ambiental Eduardo Burgueño, 46 anos, declarou torcida pela Argentina independente do resultado dos vizinhos, na quarta-feira, contra a Holanda. “Vou torcer como latino-americano. A América Latina merece ficar com essa Copa”, justificou. Amigo dele, o publicitário Ricardo Gouveia, 44 anos, arrematou: “Holanda e Alemanha apresentaram o futebol mais bonito da Copa, merecem estar na final. Sinceramente, não sei como o Brasil foi tão longe”, constatou.

<p>Ao invés de festa e comemoração, o clima na Vila Madadelana foi de tristeza na noite desta terça-feira</p>
Ao invés de festa e comemoração, o clima na Vila Madadelana foi de tristeza na noite desta terça-feira
Foto: Bruno Santos / Terra

O jornalista Mohamed Butsiyant, 30 anos, da Indonésia, admitiu: previa que o Brasil não passaria da Alemanha, “mas não por uma goleada desse tamanho”. “Na Indonésia, acreditamos que a final será entre Argentina e Alemanha”, observou.

Em um dos bares de maior movimento na Vila Madalena, com uma plateia improvisada na rua, a vendedora de um quiosque externo de cerveja constatou: “Hoje (terça-feira) tinha tudo para dar errado: vendi 500 cervejas, sendo que no Brasil x Colômbia foram 3 mil latinhas”, constatou. O esfriamento de ânimo da torcida não ficou expresso apenas no consumo de cerveja: às 20h15 (de Brasília), equipes de limpeza da Prefeitura já começavam a retirar o lixo na Vila Madalena. Em outras partidas da Seleção, os trabalhos tinham início apenas de madrugada.

Fonte: Terra
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