'É preciso ter físico', diz dançarino que se apresenta como Bumba Meu Boi em até 5 festas por noite no São João
Bumba Meu Boi é personagem principal do São João do Maranhão, e André Richardson faz questão de manter tradição viva
André Richardson, dançarino de Bumba Meu Boi no Maranhão, destaca a exigência física e a importância de manter viva a tradição cultural, conciliando trabalho, estudos e uma intensa agenda de apresentações durante o São João.
No Bumba Meu Boi do Maranhão, além da pluralidade de ritmos, também se destaca a intensidade dos eventos em cada período junino. Por meio de investimentos públicos e privados, todo ano, são promovidos mais de 20 arraiais espalhados por toda a ilha de São Luís, cada um com várias apresentações típicas do São João.
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A oferta de espaços para apresentações, em diversos bairros, abre oportunidades para várias apresentações em uma mesma noite. Quem vive essa rotina todo mês de junho é o dançarino André Richardson, de 24 anos. Para ele, suportar essa intensidade exige mais do que talento.
“Chegamos a nos apresentar em quatro a cinco lugares por noite, aqui em São Luís. Por mês, não sei exatamente dizer. São muitas. É preciso ter físico”, contou o maranhense, que dá vida ao boi Barrica e costuma atrair muitos olhares pelas suas peculiaridades.
Diferentemente dos demais grupos de Bumba Meu Boi, o grupo não tem o tradicional “miolo” --o brincante que entra dentro da estrutura do boi. Em vez disso, utiliza um boizinho de mão, leve e colorido. André é quem manuseia o ‘boizinho’, feito da fibra de Buriti – fruta típica da região dos famosos Lençóis Maranhenses. É uma tradição que ele carrega da família.
“Eu comecei no boi União da Baixada (sotaque da baixada), meu avô é fundador desse boi. Ele me levou para esse mundo da cultura. Então, com 14 anos, fui fazer uma oficina do Barrica, gostei, e estou aqui até hoje", conta, com orgulho.
Apesar de ser apaixonado por São João e por todas as tradições atreladas a festa, André enfatiza a dificuldade de dar conta da agenda no mês de junho. "É difícil conciliar, é um pouco complicado, mas é possível. Eu trabalho, estudo e vou me encaixando. Dá tudo certo", diz ele, que não é bailarino profissional, mas mantém uma rotina de exercícios e entra no ritmo junino meses antes, por causa dos ensaios.
Além disso, mesmo com toda a exigência necessária, o dançarino garante que estar envolvido nessa cultura é uma alegria da qual ele faz questão de estar presente. “São 10 anos que venho vivenciando o boi barrica. Esse ano está sendo muito gratificante, com o barrica completando 40 anos. Vivenciar isso é incrível”.
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