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Os 68 meses de administração de conflitos

Fernando Henrique Cardoso afirmou, no início deste ano, que o Brasil está entrando em uma fase que requer do governo ações mais práticas que promovam transformações na vida dos brasileiros. Mas ele sabe que uma democracia não implica em ausência de conflitos - o problema é administrar esses conflitos. Ao longo dos 68 meses de presidência, o governo acumulou avanços e acertos. E também erros - e esses a população não costuma esquecer.

A inflação está sob controle, mas esse fato não trouxe os investimentos, os empregos e os melhores salários que todos esperavam. Para isso, seria preciso acertar a economia brasileira, para o País voltar a crescer, o que não aconteceu. É verdade que fatores externos ajudaram: as crises na Ásia e na Rússia colaboraram e muito para atrapalhar nossa economia. Não há como negar, porém, que, em alguns momentos, o governo não atuou da forma drástica como deveria.

Entre os altos e baixos que marcaram as pesquisas de popularidade do presidente, este ano 2000 começou em baixa por causa da discussão do salário mínimo que, em alguns momentos, se confundiu com a do teto salarial dos funcionários públicos. Parte dessa confusão se deve ao senador Antônio Carlos Magalhães, que queria um mínimo mais alto em troca da aprovação do teto salarial proposto pelo governo. O mínimo ficou em R$ 151,00 - excepcionalmente, o reajuste foi dado em abril, para evitar maior desgaste político do governo.

Além do salário mínimo, o fato que polarizou as atenções de todos neste primeiro semestre foi a comemoração dos 500 anos do Descobrimento, na Bahia. Programada para ser uma festa, acabou se transformando em grande manifestação política. Os índios acabaram sendo afastados das cerimônias. O tratamento dado aos índios levou o presidente da Funai, Carlos Frederico Marés, a pedir demissão do cargo. E os gastos com os festejos acabaram por decretar o afastamento do ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca.

Junho chega com o pedido, mais uma vez, de esforços no sentido de aprovar a reforma tributária e a emenda constitucional que estabelece um teto salarial para o funcionalismo. E os parlamentares - os mesmos que lutaram para garantir um segundo mandato a Fernando Henrique - se mobilizam para acabar com a reeleição em todos os níveis.

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Acompanhe o governo de Fernando Henrique Cardoso, ano a ano:

Raio X
Os 68 meses de administração de conflitos


1999
Governo balança com crise econômica

1998
Atividade econômica cai, mas FHC se reelege

1997
Na metade do mandato, FHC já quer reeleição

1996
Governo inicia ano com 60% de aprovação

1995
FHC tem primeira queda de popularidade

1994
Uma campanha baseada na nova moeda