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biografia
"Sei falar, fui treinado para me comunicar"

Muita gente acredita que ele nasceu em São Paulo. Engano: Fernando Henrique é carioca. Geminiano de 18 de junho (de 1931 - portanto vai completar 69 anos dentro de poucos dias), tem ascendente em Áries e, segundo astrólogos, o mapa do presidente indica mente ágil e inteligência brilhante. Sol, Mercúrio e Vênus em Gêmeos no seu nascimento mostram uma pessoa cortês, diplomática e com enorme jogo de cintura.

A fama de paulista veio porque se mudou, com a família, para São Paulo, aos 10 anos de idade. O pai, general Leônidas Cardoso, foi transferido para o 2º Exército. Desde então, só mudou de cidade ao se tornar presidente. Logo após o golpe de 64, já formado em sociologia pela Universidade de São Paulo (onde também fez mestrado, doutorado e livre-docência) Fernando Henrique deixou o País por motivos políticos. Em 67, depois de morar três anos no Chile, foi dar aulas na Universidade de Paris. No ano seguinte, resolveu voltar ao Brasil, mas acabou sendo proibido de lecionar pelo AI-5. Em função disso, fundou, com outros professores, o Cebrap, Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, local onde sociólogos, economistas e outros cientistas sociais podiam falar do Brasil com liberdade e até duvidar do milagre econômico do governo militar.

Começou a tomar aulas práticas de política em 77, quando se filiou ao MDB. Descobriu que "a ciência é muito diferente da política - na política é preciso calar o que se sabe". Iniciou sua carreira política em 1978, por uma vaga ao Senado. Teve 1,3 milhões de votos, que lhe garantiram a suplência de Franco Montoro. Em 83, Montoro elegeu-se governador de São Paulo e Fernando Henrique assumiu o posto de Senador. Em 86, reelegeu-se - desta vez, com 7 milhões de votos. Como senador, fez 263 discursos e apresentou 73 projetos de lei, nos quais refletia preocupação pelas desigualdades sociais no País.

Antes, em 85, tentou a Prefeitura de São Paulo. Seu principal adversário, Jânio Quadros, dizia que "até o professor Cardoso ser conhecido em Sapopemba, a eleição já acabou". Proféticas palavras: Sapopemba votou em Jânio e Fernando Henrique foi derrotado quando era francamente favorito.

Em 1988, Fernando Henrique fundou o PSDB, ao lado de Mário Covas e Franco Montoro. Cotado várias vezes para ser ministro, foi nomeado para a Pasta das Relações Exteriores no governo Itamar Franco, cargo que ocupou de outubro de 92 até maio de 93, quando assumiu o Ministério da Fazenda, implantou o Plano Real e se candidatou à Presidência.

Casado desde 1952 com a antropóloga Ruth Correia Leite Cardoso, tem três filhos - um sociólogo, uma bióloga e uma pedagoga. Avô confessadamente "babão", tem quatro netos. Diz que não gosta de dinheiro "fisicamente" e nem de fazer compras. Tem fama de pão-duro porque costuma caminhar atrás das pessoas, apagando as luzes acesas. Afirma ser um bom conferencista: "Sei falar, fui treinado para comunicar". Faz discursos de improviso e se atrapalha quando os leva escritos.

Até mesmo seus inimigos políticos reconhecem nele o charme e a aura de credibilidade. "Não sei qual a razão desse carisma, só sei que tenho a mais profunda admiração e inveja", teria dito sobre o presidente o deputado e ex-ministro Roberto Campos.

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