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Clínica aproveita demanda por cuidadora e cria curso de babá

28 fev 2014 - 07h00
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O grande dilema de pais que trabalham e precisam confiar o cuidado de seus filhos a terceiros é a escolha da babá. A maioria dessas profissionais não passa por uma preparação específica para cuidar de recém-nascidos, o que deixa muitos pais inseguros ao contratar alguém para tomar conta do que eles têm de mais precioso. Pensando nisso, a enfermeira, obstetra e pediatra Maria Luiza Molari viu nessa carência de formação profissional uma oportunidade de negócios e criou um serviço pioneiro: um curso de treinamento de babás.

“Como sou parteira, faço um trabalho psicoprofilático com o casal desde a gravidez até os primeiros cuidados com o bebê. Mas, depois de todo o preparo, a criança era cuidada por um parente, babá ou empregada que não seguia as instruções que os pais tinham aprendido”, afirma Maria Luiza, que é proprietária da clínica Femmina, centro de saúde com sede em São Paulo especializado no trabalho de suporte à gestante, do pré-natal ao pós-parto.

A clínica existe há 20 anos, e em 1997 começou a oferecer o serviço de treinamento de babás. O curso, de 20 horas, é ministrado ao longo de um mês e custa R$ 2.670. As aulas são particulares e ensinam a profissional escolhida pelos pais a cuidar da criança de acordo com dois parâmetros: os princípios da Sociedade Brasileira de Pediatria e os valores do casal.

O serviço é personalizado, pois cada curso é pensado de acordo com o perfil do casal, da criança e da própria profissional. Primeiro, o casal é entrevistado: “Vejo suas necessidades, perfil econômico, cultural, religião, etc. Também faço uma avaliação da babá para ver se ela está de acordo com o trabalho”, explica Maria Luiza. A candidata ao emprego passar por avaliações. A psicológica custa R$ 450 e com ela já é possível analisar o perfil da babá.

O curso tem três módulos diferentes, de acordo com as faixas etárias das crianças: de zero a oito meses, de oito meses a 2 anos e de 2 anos a 6 anos. Porém, eles não são realizados ao mesmo tempo para que a profissional tenha um maior aproveitamento. Também há módulos compactos no valor de R$ 1.700.

Maria Luiza diz que o curso ajuda tanto pais quanto babás, pois o curso conta pontos no currículo da profissional e a ajuda a conseguir outros empregos. “Uma babá que já era avó disse que fazia muitas coisas erradas antes de fazer o curso”, comenta a obstetra. Muitos empregos são por indicação e é comum que essa babá continue na mesma família.

Do ponto de vista dos pais, o investimento compensa, pois tende a criar um laço de confiança que mantém a babá por mais tempo no emprego, o que é bom para o bebê. “A rotatividade de babás cria insegurança para a criança”, afirma a médica, que enfatiza a importância de um trabalho personalizado. “O diferencial não é a contratação e o valor gasto, mas adaptar a pessoa ao local onde vai trabalhar”, conclui. A clínica ministra de oito a 15 cursos de babás por mês.

Fonte: Prima Página
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