'Tudo nos EUA acontece repentinamente', diz Jaques Wagner sobre chances de tarifas serem adiadas
Líder do governo no Senado afirma não ter 'expectativa imediata' sobre tarifaço após encontros de comitiva brasileira com parlamentares americanos
WASHINGTON - O senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, disse que a comitiva de parlamentares que está em Washington, nos Estados Unidos, veio com o objetivo de "abrir as portas", mas não tem uma "expectativa imediata". Quanto à possibilidade de postergar a entrada em vigor da taxação de 50% a produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto, afirmou que tudo nos EUA ocorre "repentinamente".
"A gente sai para pescar todo dia, nem todo dia pesca um bom peixe. Mas, se não sai para pescar, não leva peixe nunca. Nós estamos vindo, abrindo portas, conversando", afirmou Jaques Wagner a jornalistas nesta terça-feira, 29.
O senador afirmou que não tem uma "expectativa imediata" em relação ao tarifaço do presidente dos EUA, Donald Trump, ao Brasil, mas que a "política é isso mesmo". "Estamos fazendo o serviço completo. Falamos com os empresários ontem (segunda-feira, 28), aqui vamos falar com a classe política", acrescentou.
De acordo com ele, os senadores brasileiros vão se reunir com parlamentares do partido Democrata na manhã desta terça, e um do Republicano na parte da tarde. Sobre a possibilidade de adiamento do início das tarifas a produtos brasileiro, o senador respondeu: "Dizem que tudo aqui acontece repentinamente".
O primeiro compromisso dos parlamentares brasileiros desta terça-feira era com o senador democrata Martin Heinrich, de Nevada. A embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Luiza Viotti, também participa da reunião, mas entrou sem falar com a imprensa.
Os senadores brasileiros devem se reunir ainda com os parlamentares democratas Ed Markey, de Massachussetts, Mark Kelly, do Arizona, Chris Cuns, de Delaware, e Tim Kaine, de Virginia, apurou o Estadão/Broadcast. Por enquanto, a única conversa prevista com um senador republicano é com Thom Tillis, de Carolina do Norte, que já rompeu com Trump e não pretende recorrer à reeleição no ano que vem.