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Tombini: há "certo arrefecimento" na demanda por swaps

22 mai 2014 - 15h55
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O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta quinta-feira que está sendo percebido "certo arrefecimento" na demanda por swaps cambiais, a pouco mais de um mês do fim da atual fase programa de leilões diários feitos hoje pela autoridade monetária.

"Mais recentemente... temos observado certo arrefecimento da demanda", afirmou Tombini durante evento em São Paulo. "Por um lado, swaps continuam sendo canalizados para empresas não financeiras e fundos de investimentos. Por outro, investidores não residentes reduziram ligeiramente a busca por essa proteção", acrescentou ele.

O BC iniciou o programa de intervenções em agosto passado, quando o dólar estava perto de R$ 2,45 diante das incertezas sobre o futuro do programa de estímulos do Federal Reserve. Naquele momento, a autoridade monetária brasileira ofertava todos os dias até 10 mil contratos de swaps, com exceção na sexta-feira. No último dia útil da semana, fazia leilões de venda de dólares com compromisso de recompra, conhecidos como leilão de linha.

No início deste ano, com o dólar mais comportado a R$ 2,35 e sinais consistentes de que o FED continuaria cortando seus estímulos de forma gradual, o BC reduziu bem suas ações no mercado, passando a fazer leilões diários apenas de swaps cambiais e com até 4 mil contratos por dia. Na época, informou que isso ocorreria até "pelo menos até 30 de junho de 2014".

Em janeiro e fevereiro, o BC vinha rolando integralmente os swaps que venciam neste período, sem afetar a liquidez. Mas, nos últimos dois meses, rolou apenas 75% dos contratos que venceram. E, agora, sinalizou que vai reduzir essa fatia para 50%.

Após os comentários de Tombini, o dólar anulou a queda e passou a subir ante o real, com os operadores avaliando que o presidente do BC sinalizou que o programa de leilões pode ser reduzido ou até mesmo encerrado no meio do ano.

Tombini reafirmou que as intervenções no mercado de câmbio foram bem sucedidos e reduziram a volatilidade. Além disso, sustentou que muitos emergentes apresentam fundamentos mais consistentes do que no passado. Ele também voltou a dizer que a redução gradual das compras de ativos pelo FED causou uma reprecificação natural dos ativos financeiros.

Para Tombini, a menor volatilidade nos mercados pode ser explicada também pela expectativa de que novas rodadas de estímulo possam ocorrer na Europa. O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, deixou a porta aberta para adotar mais medidas para estimular a economia da região.

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