Tarifaço: Motta elogia pacote, enquanto Alcolumbre diz que não houve conversa para aprovação da MP
Presidente da Câmara diz que 'há causas que devem transcender preferências partidárias e ideológicas'
BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou reconhecer a importância da medida provisória (MP) publicada pelo governo Lula nesta quarta-feira, 13, para socorrer as empresas afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos. Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), disse não ter visto o conteúdo da medida e afirmou que não houve conversa com o governo Lula sobre apoio para a aprovação do texto no Congresso.
"Há causas que devem transcender as preferências partidárias ou ideológicas", publicou Motta na rede social X (antigo Twitter). Ele apontou que o Parlamento é "parceiro do Brasil", lembrando a aprovação da Lei da Reciprocidade Econômica.
Reconheço a importância da MP do Governo Federal para proteger nossos setores produtivos diante das tarifas excepcionais impostas ao Brasil.
Há causas que devem transcender as preferências partidárias ou ideológicas.
Aqui no Parlamento, somos parceiros do Brasil, respondemos a…
— Hugo Motta (@HugoMottaPB) August 13, 2025
"Nosso empenho por soluções que protejam empresas, trabalhadores e consumidores brasileiros seguirá inabalável. O Brasil não pode parar", escreveu.
Como mostrou a Coluna do Estadão, o Palácio do Planalto avalia que o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, permitiu um "armistício" entre Motta e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após o mal-estar gerado pelo veto do petista ao aumento do número de deputados e pelo embate sobre as mudanças na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Já Alcolumbre, perguntado se apoiará a MP, respondeu não ter visto o conteúdo.
"Não houve nenhuma conversa em relação a uma medida provisória que foi editada e que o conjunto dos senadores e dos deputados não têm conhecimento do teor. A nossa presença, minha e do presidente [da Câmara] Hugo Motta, foi apenas para participar de um ato que é relevante em defesa dos empregos, empresas brasileiras e foi por isso que fui participar", disse a jornalistas.