Secretário do Tesouro dos EUA diz que "anúncios substanciais" serão feitos para reduzir preço do café
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse nesta quarta-feira que os norte-americanos verão "anúncios substanciais" nos próximos dias com o objetivo de reduzir os preços de produtos como café, bananas e outros itens não cultivados nos Estados Unidos.
Bessent disse ao programa da Fox News "Fox and Friends" que os anúncios, que ele não detalhou, reduzirão os preços "muito rapidamente", acrescentando que os norte-americanos começarão a se sentir melhor em relação à economia no primeiro semestre de 2026.
O presidente norte-americano, Donald Trump, e outras autoridades de alto escalão se concentraram na redução do custo de vida após uma série de derrotas para os candidatos republicanos nas eleições da semana passada, em que os democratas fizeram da acessibilidade econômica uma questão fundamental.
As vitórias democratas em Nova Jersey, Nova York e Virgínia, impulsionadas em parte por preocupações com o custo de vida, revelaram preocupações dos eleitores com a inflação contínua, que, segundo os economistas, foi alimentada em parte pelas altas tarifas de importação impostas por Trump.
Os preços do café arábica negociados na bolsa ICE chegaram a cair mais de 5% nesta quarta-feira, após Trump dizer que os EUA vão reduzir algumas tarifas sobre as importações de café, durante uma entrevista exibida na terça-feira no programa "The Ingraham Angle", da Fox News. Ele não citou a origem das importações.
As tarifas de 50% sobre o café brasileiro limitaram os embarques para o maior consumidor global desde agosto, quando as tarifas dos EUA entraram em vigor.
Após as derrotas eleitorais, Trump voltou a aventar a possibilidade de dar às famílias cheques de reembolso financiados por tarifas e sugeriu a ideia de uma hipoteca de 50 anos.
Bessent, questionado sobre essas ideias, disse que um cheque de reembolso de US$2.000 proposto por Trump seria para aqueles que ganham menos de US$100.000 por ano, mas nenhuma decisão havia sido tomada.
"Isso está em discussão", disse ele.
Bessent não abordou a ideia da hipoteca de 50 anos, que gerou uma reação negativa de aliados conservadores, líderes empresariais e parlamentares, que questionaram a eficácia de tal plano.
REDUÇÃO DE TARIFAS
Na entrevista na terça-feira, Trump repetiu comentários que ele havia feito pela primeira vez no final de outubro durante sua viagem à Ásia.
Perguntado sobre os comentários de Trump sobre a redução das tarifas sobre os produtores de café do Vietnã e do Brasil, Bessent disse: "É difícil fazer muitas coisas específicas, mas posso dizer (...) que vocês verão alguns anúncios específicos nos próximos dias em relação a itens que não cultivamos aqui nos Estados Unidos, sendo o café um desses itens, além de bananas, outras frutas e coisas do tipo." Ele não forneceu mais detalhes.
Os EUA cultivam bananas no Havaí e na Flórida, mas a produção comercial é limitada e a maioria das bananas é importada de países onde a mão de obra é mais barata e os custos da terra são mais baixos.
Bessent disse que outras medidas já adotadas pelo governo Trump, incluindo a redução de impostos sobre horas extras e gorjetas, entrarão em vigor no início do próximo ano, bem como medidas para impulsionar a fabricação nacional por meio de investimentos estrangeiros.
"Os salários reais vão aumentar", disse Bessent. "Eu esperaria que, no primeiro ou segundo trimestre do próximo ano, os norte-americanos comecem a se sentir melhor."
Muitas famílias receberão grandes restituições de impostos no próximo ano devido a mudanças na legislação tributária, permitindo deduções para empréstimos de automóveis e o fim dos impostos sobre os benefícios da Previdência Social para alguns idosos. Os pais de crianças nascidas após 31 de dezembro de 2024 e antes de 1º de janeiro de 2029 também poderão receber um depósito inicial de US$1.000 se abrirem uma Conta Trump, disse Bessent.
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